quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Havia uma Iraneth no meio do caminho. No meio do caminho, havia uma Iraneth

Texto de Reinaldo Azevedo
quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Havia uma Iraneth no meio do caminho. No meio do caminho havia uma Iraneth. E Iraneth diz que Erenice, um dos dois braços esquerdos de Dilma, foi à Receita para agendar o tal encontro de Lina Vieira com a ministra. Iraneth e Erenice… A gente se vê tentado a deixar Drummond de lado e partir logo pra um poema concreto ou pra concretude do poema: Dilma deu uma topada na pedra. Topou em Iraneth, funcionária de carreira da Receita.

No começo, como observou Dilma, era a sua palavra contra a de Lina. Agora já é sua palavra contra a de Lina e a de Iraneth. Um alternativa seria contra-atacar e botar Erenice para afrontar Iraneth. E estejam certos de que isso acabaria em algum Eriberto — o motorista que depôs aquele daquilo roxo, o agora poeta da parte extrema do aparelho digestivo…

O Ministério da Verdade, de Franklin Martins, anda um tanto descontente com Dilma. Há por ali até quem ache que ela, mesmo com o apoio de Lula, pode ser um desastre como candidata porque é insubordinável — e essa insubordinação não quer dizer excesso de talento, mas falta dele. Tivesse a ministra fechado o bico e ouvido Franklin Martins, não teria jamais negado o encontro. Nem que fosse para dizer que trocou receita de bolo com Lina. Mas Dilma já foi metendo os pés pelas mãos: “O encontro não aconteceu”.

Em algum momento, vai ter de vir a público para dizer: “Bem, aconteceu, sim, só que nós falamos de outro assunto”. E por que ele não fazia parte da agenda pública de nenhuma das duas? Lina nem mesmo era subordinada a Dilma.

Todos mentimos um pouquinho. Um conhecido lhe pergunta se a roupa dele é adequada para a ocasião. Você acha um horror. Mas pra que ser desagradável se nada há a fazer? “Está ótima!” Mentira! Daquelas que pavimentam o caminho para o céu. É preferível fazer as pessoas felizes com a mentira a fazê-las infelizes com a verdade se esta, para você e para o mundo, é irrelevante. Há mentiras bestas que são prova de afeto sincero. Também a vida pública obriga as pessoas a muitas mentiras decorosas, todos sabemos. Imaginem se um presidente da República, ministro de Estado, parlamentar ou juiz de corte superior falarem tudo o que lhes der na veneta… Haveria crises políticas em cascata.

Mas há mentiras que não podem ser contadas porque esbarram em questões de caráter, não é? Se Lina mentiu e, com efeito, jamais esteve com Dilma, foi uma temeridade tê-la à frente de um órgão tão importante da administração por quase um ano. Mas e se ela estiver dizendo a verdade, e a mentira tiver sido contada pela outra? E se a negativa for igual àquele currículo ou àquela história de que não havia dossiê contra FHC na Casa Civil? Aí as coisas se complicam bem. Porque não seria esta uma daquelas mentiras decorosas a que estão obrigados o homem público nem uma daquelas mentirinhas amorosas da vida privada.

Dilma, Lula, os petistas e os petralhas todos certamente dirão que se trata de mais uma tentativa “da mídia” de desestabilizar a “Mãe do PAC”. Ocorre que a imprensa não inventou as entrevistas de Lina ou as negativas da ministra. Tampouco foi a “mídia” que pôs uma Iraneth no meio do caminho de Dilma.

Um comentário:

Stenio Guilherme Vernasque da Silva disse...

DILMA¹³ = MENTIRA!!!

Ella é uma mentira!

E vai dser dissimulada cada vez mais até concretizar seu projeto de poder!!!

MENTE!
MENTE!
MENTE!