Pois,
Ontem fui a um restaurante pegar alguns baurus, para trazer à minha casa.
Deparei-me com um jovem a bater papo com o manobrista.
Ele não tinha uma das pernas, mutilado desde seu início.
De muletas vendia balas e doces.
Cena horrível de se ver.
Alegre e desenvolto, irônico e brincalhão era uma situação dolorosa que me deixava triste.
Pensava com meu gargumilho (pomo-de Adão ou osso hioide), só podemos ter um, como humanizar-se com essa situação?
Poucos paravam para comprar-lhe.
O frio era de rachar as orelhas.
Comprei um bauru ao cidadão.
Ele não queria aceitar, creio que por orgulho próprio, mas eu lhe disse que era um presente pela dedicação ao seu trabalho, porque minha pessoa não comia doces.
Pairei a pensar naquela muleta.
Não traficava, mas roubava um vida inocente.
Os "não aceitos" tem suas vidas roubadas.
Sem projetos de vida.
Vão ficar o resto de suas vidas à margem da sociedade.
Não há piedade no mundo que não seja humilhante.
Os velhos doentes incapazes são enviados para asilos, por filhos que se livram dos problemas, sejam por problemas financeiros ou por completa nudez de princípios.
As pessoas não aceitam problemas que não são seus.
Até pais com filhos deficientes são isolados.
Infelizmente a sociedade chamam de preconceito essas atitudes.
Não é preconceito aos estigmas que os deficientes carregarão pelo resto de suas vidas.
É FOBIA!
Você não quer que aconteça consigo.
Você tem medo.
Você não sabe o que é ser diferente.
Você aceita.
VOCÊ NÃO SABE O QUE É NÃO SER ACEITO!
Nenhum comentário:
Postar um comentário