sábado, 29 de fevereiro de 2020

A SOLIDÃO E A AGONIA DO TEMPO.

Pois,
Hoje, se não houvesse bissextos, completaria 69 anos, mas então será amanhã.
Anos bissextos faz parecer que ganhamos um dia mais em nossas vidas.
Desde o momento da fecundação, o feto vai envelhecendo.
Aliás, envelhecemos dia a dia por vez.
Não sei porque, parece sina, mas detesto "SAUDADES", ele sempre faz-me imaginar que seus desígnio é sofrer duas vezes.
Passam-se os anos e os nomes de colegas tornam-se esquecidos e seus rostos imagens fotográficas borradas ou apagadas.
Lembro mais dos amigos de infância do que s colegas de trabalho nos meus 33 anos de VARIG.
São personagens anônimos das histórias que conto.
Tenho um dom significativo de não lembrar de "filhos da puta".
Me incomoda muito não ter rosto e nomes para lembrar.
A artrite me incomoda.
Já não há pressa nos meus passos.
Perdi o fanatismo do futebol, do "gaúches"(por incrível que pareça, aprendi que o dialeto gaúcho é acentuado).
Aprendi com muita paciência, que com mulher não se discute, calado vencemos a intolerância.
Sói-se viver num país que vive dizendo que isso ou aquilo é coisa de americano.
A frase:
-"MAKE BRAZIL GREAT AGAIN" é um sofisma.
- O correto é:
-"MAKE BRASIL GREAT FOR THE FIRST TIME".
Na minha juventude não havia maconheiros ou homossexuais na "trupe" que frequentávamos.
Nós, os da terceira idade agonizamos no tempo.
Eu não tenho celular, sou agonizante solitário no entrevero dos zumbis de "smartphones".
Eles usam 24 horas por dia, deixam-nos ligados à noite, para verem mensagens, muitas delas infestando e defecando em seus neurônios.
Vejo homens matando por amor, mulheres feias, ou sendo "corno" de lésbicas gordas.
Não é só a pouca instrução.
Sempre tive em mente que quando trocamos mais que duas vezes, temos que analisar onde erramos.
Não tenho raiva dos celulares, tenho nojo da solidão que nos causa.
Se chama isso de progresso eu chamo de "pandemia".
Crianças festejam aniversários, velhos agradecem por mais um ciclo de vida completado.
Ah, se essas crianças soubessem do que vão enfrentar, sem a opção de dizer não.
Meu ateísmo me fez descartar as expectativas de vida eterna, céus e infernos, espíritos e almas.
Não posso sentir medo do que está perfeito para a natureza de nos absorver de volta.
Meus projetos de vida permanecem.
É rude tentar lembrarmos uma palavra e não conseguirmos.
A tristeza de um cão que morre, é a alegria de ter um novo.
 Aos que me felicitarem, tenham o dobro.
Aos que esquecerem, não guardarei rancor, é o tempo esquecendo e agonizando.
FUI...