quinta-feira, 16 de julho de 2020

"INES ESTÁ MORTA"

Pois,
Não importa as "causas mortis", nem quando morreu, tão pouco seu parentesco ou crimes de iguais relevâncias.
Eis que é tarde, Ines morreu.
É muito tarde para tomarem-se atitudes.
Nenhum de nós pode sequer ir ao enterro.
Brigamos por espólios.
Assim foi com a Panair do Brasil, voamos com muitos de suas viúvas.
Morreram a Real Aerovias, a Cruzeiro do Sul, a Transbrasil e a Vasp.
Se foram assassinadas não nos importa mais, os crimes prescreveram.
Funcionários públicos de varas de falência enriquecem.
Os crimes de "Fiel depositários" só prendem e processam pobres coitados.
Hoje vejo os exfuncionários da VARIG delirando, se mutilando em que a VARIG com fênix renasça das cinzas.
Foi um jogo de poker que deram "all in" sem cartas vencedoras.
Somos cornos abandonados que querem receber de volta, uma velha raquítica que ninguém quer ou pode sustentar de novo.
Quinquagenários, sexagenários e septuagenários em dilemas de vida.
Que tal a VARIG voltar e perdermos nossas tutelas.
Ines está morta.

Inês é morta - Camões
A triste história de Inês de Castro ficou mais conhecida ao ser imortalizada por Camões no Canto III d' Os Lusíadas, uma das melhores e mais conhecidas obras literárias da língua portuguesa. Nesta passagem, Camões faz referência a Inês de Castro: "...Aconteceu da mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha...".
Assim como a bonina, que cortada
Antes do tempo foi, cândida e bela,
Sendo das mãos lascivas maltratada
Da menina que a trouxe na capela,
O cheiro traz perdido e a cor murchada:
Tal está, morta, a pálida donzela,
Secas do rosto as rosas e perdida
A branca e viva cor, co a doce vida.
As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram.
O nome lhe puseram, que inda dura,
Dos amores de Inês, que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água e o nome Amores.