sexta-feira, 31 de julho de 2009

Supremo nega liminar contra cotas raciais da UnB


O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, negou hoje (31) o pedido de liminar ajuizado pelo DEM (Democratas) para suspender a adoção pela UnB (Universidade de Brasília) de cotas para admissão de vestibulandos negros.

"Embora a importância dos temas em debate mereça a apreciação célere desta Suprema Corte, neste momento não há urgência a justificar a concessão da medida liminar", afirmou Mendes.


O caso ainda será julgado no mérito pelo plenário da Corte, mas até lá os procedimentos de matrícula na universidade poderão seguir normalmente.

"A interposição da presente arguição ocorreu após a divulgação do resultado final do vestibular 2009/2, quando já [estavam] encerrados os trabalhos da comissão avaliadora do sistema de cotas. Assim, por ora, não vislumbro qualquer razão para a medida cautelar de suspensão do registro (matrícula) dos alunos que foram aprovados no último vestibular da UnB ou para qualquer interferência no andamento dos trabalhos na universidade."

Na ação ajuizada no último dia 21, os advogados do DEM alegavam que o sistema de cotas raciais da UnB viola diversos preceitos fundamentais fixados pela Constituição de 1988, como a dignidade da pessoa humana, o preconceito de cor e a discriminação, supostamente afetando o próprio combate ao racismo.

Entretanto, os pareceres encaminhados ao STF pela PGR (Procuradoria Geral da República) e pela AGU (Advocacia Geral da União) foram contrários à ação.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ressaltou que a própria Constituição Federal consagrou expressamente as políticas de ação afirmativa "em favor de segmentos sociais em situação de maior vulnerabilidade".

Gurgel citou em seu parecer que 35 instituições públicas de ensino superior no Brasil adotam políticas de ação afirmativa para negros, das quais 32 prevêem mecanismo de cotas e outras três adotam sistema de pontuação adicional para negros. Segundo o procurador-geral, a eventual concessão do pedido do DEM pelo STF "atingiria um amplo universo de estudantes negros, em sua maioria carentes, privando-os do acesso à universidade".

O parecer enviado pela AGU defendeu a política de cotas como uma obrigação do Estado brasileiro, respaldada na Constituição e fundamental para a redução das desigualdades no país.

Vou consultar minha árvore genealógica para uma boquinha.
Daqui algum tempo, acabará por ser obrigatório também, empregar estes embustes sociais.

'Brasil pode eleger presidenta'


Ao lado de Michele Bachelet, Dilma diz que país já tem maturidade.

SÃO PAULO. Depois de tomar café da manhã com a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, primeira mulher a se eleger para o cargo na América Latina, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse ontem que os brasileiros já têm maturidade política para eleger uma mulher para o Palácio do Planalto. A petista é a preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a sucessão dele ano que vem.

— Não vejo por que o Brasil não tenha (maturidade) para eleger uma presidenta. Pode ter metalúrgico, negro, e pode ter uma presidenta.

O Brasil está maduro politicamente para perceber que sua multiplicidade pode ser representada de várias formas — disse Dilma, que, depois do café com Michelle Bachelet, passou por mais uma sessão de radioterapia no Hospital SírioLibanês, onde faz tratamento contra câncer linfático.

Para a ministra, as mulheres enfrentam uma série de preconceitos na política, situação que, porém, pode mudar: — Em dez anos talvez isso não tenha importância porque haverá experiências de mulheres em vários cargos, vários níveis — disse, citando ainda a eleição do presidente dos EUA, Barack Obama, como sinal de mudança, “porque abre precedente para que outros negros postulem a Presidência ou outros cargos”.

Dilma falou de um possível paralelo entre a “mãe do Chile”, como Bachelet tem sido chamada em seu país, e a “mãe do PAC”, como Lula costuma se referir a ela.

— A imagem da mãe é de proteção, cuidado. Cuidado para o povo e para dirigir sua casa.

Mais tarde, em entrevista ao lado de Lula, Bachelet afirmou que a experiência de Dilma na coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) merece ser compartilhada com os sul-americanos, e disse que a convidou para visitar seu país em setembro. A chilena falou sobre o encontro com Dilma: — Foi uma conversa muito interessante, em especial sobre o projeto de infraestrutura que ela está tocando. A experiência do Brasil nessa área é digna de ser compartilhada com outros países.


Portal Clipping
O GLOBO

Parachoque de caminhão

Opinião que muda opinião

Uma guinada na opinião de da Silva ou simplesmente medo? Uma pesquisa - secreta, pelo visto - está mudando o discurso de da Silva, pois o fato já está respingando em da Silva e em Dilma. Vejam só, finalmente o teflon está caindo e expondo o que está abaixo dele.

A notícia, divulgada no Estadão, dá conta que da Silva pretende ter uma conversa reservada com Sarney para saber como ficará a situação. Claro que ele quer que Sarney fique na presidência do Senado, mas já não quer mais "se queimar", defendendo o indefensável. Da Silva é contumaz em abandonar amigos e parceiros, desde que seja para um bem maior - sua própria estabilidade.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

SÊLO - Blogs VERDADEIROS



Este BLOG tem a honra de premiar parceiros e apoiadores que defendem e publicam a VERDADE POLÍTICA!

Regras:

- Os indicados tem a total liberdade de expor (ou não) o nosso SÊLO em local visível em seus blogs.

- Solicitamos o repasse a 5 outros blogs - a seu critério - que julguem merecedores da "comenda".

- Estamos (e estaremos sempre) juntos nessa batalha pela Moral, pela Ética e pela Justiça!

BRASIL - A VERDADE acima de TUDO!

Nossos 101 dálmatas.. ops.. indicados iniciais:
(a moderação acrescentará, oportunamente, mais 4 blogs selecionados)

01- Brasil Liberdade e Democracia

02- Pobre Pampa

03- Por Outro Lado

04- Reaja Brasil

05 - Anti Foro de São Paulo

06 - Novo Blog do Clausewitz
http://novoblogdoclausewitz.blogspot.com/

07 - Blog ByMel
http://blog-bymel.blogspot.com/

08 - Blog do Tambosi

09 - Aluízio Amorim

10 - Mr. X

11 - Cachorro Louco

12 - Cão Tabagista
http://www.caoquefuma.com/
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A parceria virou acasalamento

(Da sessão de cartas do Estadão - postado em veja.com)

"A Hidrelética de Itaipu foi planejada e construída por empresas brasileiras e subsidiárias de fabricantes europeus estabelecidos no Brasil, com financiamento na banca externa e devidamente cobrado do contribuinte brasileiro através desses anos da operação da usina. Por teimosia do presidente Geisel, a usina foi projetada como binacional, quando na época do seu planejamento inicial os especialistas no país recomendavam que fosse construída 100 km a montante do ponto atual e estaria totalmente em território nacional, sem necessidade de dividir nenhuma participação com o Paraguai, perdendo apenas 2% de sua potência nominal.

Além disso, para receber a energia gerada pela metade presenteada ao vizinho o Brasil teve o custo adicional da construção das estações conversoras da frequência de 50 para 60 Hz. Agora temos um desgoverno petista, assessorado pelos adeptos do Foro de São Paulo, amigos das FARC, cevados na falecida ideologia marxista, levando o Itamaraty a fazer o papel de tolo perante os vizinhos bolivarianos e argentinos.

A falta da defesa dos interesses nacionais pelo governo lulista ante os desmandos dos Evos, Correas, Lugos e Kirchners do quintal sul-americano seria razão mais do que suficiente para o impeachment de Lula, se tivéssemos um Congresso digno do nome. Não nos lembramos de um governo federal tão leniente e incapaz de exercer a verdadeira liderança na América Latina que o Brasil naturalmente merece."

Tomás C. de Arruda


Será que algum brasileiro que se diz "autoridade" poderia mostrar aos nossos Congressistas em que tipo de "acordo" eles irão votar?

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Doença do Lulismo: Parasitismo!


Define-se por parasitose, a relação entre dois seres vivos, onde um produz e é "sugado"(hospedeiro), e o outro não produz, vive da produção do hospedeiro(parasita).

Blá, blá, blá...


Bem, vamos pensar a fisiopatologia dessa doença.
Imagine que o governo populista atual, cria um "habitat propício" para que quem tem muito, suborne e mantenha o governo; os que trabalham e produzem e perdem quase metade de seus salários em tributos; e os que nada tem são alimentados do que sobrar da bolada administrada pelo parasita mór: o PT!

Ou seja, a grande maioria dessa população que vai se criando à partir destes "sub-nutrientes" que o parasita-mór libera para os parasitas-menores, ao invés de se libertar desta dependência, muito pelo contrário, aprendem a sobreviver com tão pouco, mas pelo menos não é preciso trabalhar. BINGO!!!! Associada a cultura popular local, a Lei de Gérson, pronto: Habitat propício! Instala-se o parasitismo lento e indolor no início, mas voraz quando visto com detalhes, ao longo do tempo. E estes parasitas-menores, lutam apenas para manter o parasita-mór no comando desta nada saudável relação.

Os sintomas cursam com baixa "força-tarbalho"(a pessoa vive fraca ou doente), nacessidades não habituais ao cotidiano pelo excesso de ócio, pensamentos mais lentos ou baixo intelecto(este sintoma mental, talvez o maior fator que mantém este parasitismo), tendência a viver em grupos ou tribos, onde tornam-se mais fortes para manter o parasitismo ao sistema.
E aí está instalado o ciclo vicioso ou "ciclo biológico" do parasitismo. E agora, com a reprodução extremamente acelerada desta espécie, temos mais de 30 milhões de infectados(ou infestados, ou encostados, ou beneficiários...), extremamente dependentes desta forma vil de corroer uma comunidade inteira!

Será que tem cura?????

Quem tem o remédio?????

Uma comunidade inteira, culturalizada entre a Lei do cão e a Lei de Gérson, tem condições de vencer esta dependência e conseguir andar com as próprias pernas??????


Como médico, sinceramente acho que a Medicina e as Relações Humanas vão ter que evoluir muito para vencer uma doença aparentemente simples(vovó dava licor de cacau e bem): o Parasitismo.



Um esboço de artigo meu para testar o "estômago" e a mente do leitor...

O PAC, CADA VEZ MAIS CARO

EDITORIAL
O ESTADO DE S. PAULO
29/7/2009

Elaborado às pressas pelo governo Lula, com óbvia finalidade político-eleitoral, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já vinha sendo marcado pela lentidão com que seus projetos são executados. Agora, de acordo com levantamento feito pelo Estado, acrescenta à lista de mazelas provocadas por sua má gestão o extraordinário encarecimento das obras. Para o bolso do contribuinte, é a mais pesada das consequências do mau planejamento.

Em atraso, quase metade dos projetos do programa, lançado em 2007, passou por revisão, que levou ao reajuste dos valores dos contratos. Em 55 dos 122 projetos da área de logística, energia, saneamento, urbanismo e transporte urbano o custo das obras aumentou, como mostrou reportagem de Renée Pereira publicada na edição de domingo do Estado. A repórter comparou os dados do último balanço do PAC, divulgado em abril de 2009, com os relatórios anteriores e verificou que, em alguns casos, o valor da obra foi reajustado em mais de 100%, como na construção do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, da Petrobrás.

Problemas inesperados, como a descoberta de um sítio arqueológico, podem retardar ou encarecer uma obra. Mas quando existem projetos executivos de qualidade - com informações precisas sobre as condições do subsolo, as espécies vegetais e animais que precisam ser preservadas, detalhes da construção e a indicação das melhores técnicas que podem ser utilizadas para dar mais eficiência às obras - é muito pouco provável que o valor precise ser dobrado, disse o presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), José Roberto Bernasconi.

A ocorrência de um número tão grande de reajustes de preços indica que ou não havia projetos executivos ou eles eram inadequados ou incompletos - de má qualidade, em resumo. No fundo, falta planejamento às obras do PAC. Como elas começam sem projetos adequados, durante sua execução se descobre que o volume de investimentos foi mal dimensionado, o que exige a revisão dos valores. E, sem um projeto consistente, fica fácil para a empresa contratada sobrevalorizar a obra.

No caso do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, a justificativa da Petrobrás para que o valor da obra mais do que dobrasse foi a adoção de uma tecnologia inédita no Brasil de transporte de tubos. É um raro caso em que o avanço da tecnologia - no caso, o transporte dos dutos por aeronaves especiais - impõe imensos ônus ao contratante sem que se conheçam os benefícios que justifiquem o encarecimento da obra nessa proporção.

Outros projetos da Petrobrás incluídos no PAC tiveram reajustes elevados, fato que chamou a atenção do Tribunal de Contas da União (TCU), que investiga as obras da Refinaria Abreu Lima, no complexo de Suape (PE); o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em Itaguaí (RJ), atualmente em fase de licitação das obras; e o investimento na plataforma P-53, no Campo de Marlim Leste (na Bacia de Campos).

No setor de logística, o maior reajuste foi registrado na construção da via de acesso perimetral da margem direita do Porto de Santos. O valor da obras foi corrigido em 94%. É um sinal de que o programa foi feito de afogadilho, disse ao jornal um empresário que não quis ser identificado.

A lentidão na execução dos projetos - outro dos defeitos do PAC, fruto do mau planejamento e de precária administração -, que retarda os benefícios das obras para a economia, resulta também em aumento de custos diretos. "Quanto mais demorado for o processo entre a licitação e a execução dos projetos, mais cara será a obra", disse o professor da Fundação Dom Cabral Paulo Resende. "O tempo vai passando e as propostas iniciais não se sustentam, especialmente num cenário de alta de preços." Novos casos surgirão, pois, como observou o diretor executivo da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas, Carlos Eduardo Lima Jorge, para acelerar a liberação dos recursos do PAC, muitos contratos foram assinados sem os devidos cuidados, o que exigirá sua revisão.

Em geral, o PAC anda muito devagar e, quando avança, descobre-se que foi mal planejado. Em qualquer dos casos, fica mais caro para o País.

Bem, já não tínhamos dúvida disso.
Mas e quando será que algum homem probo do Ministério público vai se levantar?

O EMBATE PETISTA

Porto Alegre, 30 de julho de 2009

Nunca antes na história houve um embate dentro de um próprio partido.
Haja vista que dentre do PT e do PMDB há várias vertentes.
Não sou antisocialista, se o socialismo pensasse na sociedade e não em determinados grupos sociais, falanges, ou gangues.
-Imaginemos um PT católico, faria de nossa sociedade reducções indígenas como os jesuítas.
-Imaginemos um PT socialista faria comunas como a Rússia fez na Sibéria.
-Imaginemos um PT trotkista, fara o que Fidelito faz em Cuba onde um gari ganha igual a um médico, nada contra os garis, "please".

O PMDB se divide em alas como escola de samba, "pró Sarney, "anti Sarney", "pró Temer", "Anti temer" e vice versa ou versa vice.

Bolívar é herói de "trocentas pátrias", dividiu toda a américa espanhola e o que faz a sua majestade barbuda de nove dedos?
-Divide o Brasil.
-Há os ignóbeis sábios, que festejam as reservas indígenas, a terra dos quilombolas, a divisão norte-sul, o separatismo ignóbil que sua majestade está fazendo.
-Há no Brasil hoje o embate de classes, o embate de raças, o embate da cultura, do conservadorismo, do misticismo e até das apologias, ao crime, ao narcotráfico, e dos grupos que não precisam de reforma agrária.
Por falar em reforma agrária a americana vive os primórdioas de 1776.
Qual a diferença entre a independência americana e a nossa?
Quarenta e seis anos numa época em que meio século não era nada.
A república americana estabeleceu-se definitivamente em 1913, a nossa infelizmente até hoje se desestabelece.
Projetos partidários supranecessários são derrubados no congresso por motivos fúteis, e projetos fúteis são aprovados pela corja governista.
Porque são todos partidos da mesma laia, o PSDB posa de oposição.
REVOLUÇÃO eis o proje to único.
CORTAR CABEÇAS, FUZILAR CORRUPTOS EIS A ERUDIÇÃO DA PALAVRA.
O GRANDE PROJETO BRASIL.
bom dia


Vamos proclamar a República?

Os dias constrangedores que estamos vivendo mostram, de forma inequívoca, que muita gente no Brasil não tem a menor noção do que seja exercer uma atividade pública. A maioria dos representantes do povo, bem como esmagadora parte do próprio povo, todos demonstram, seguidamente, que não sabem fazer a correta distinção entre o que é publico e o que é particular. O comportamento da maioria dos cidadãos e dos governantes revela esta realidade: os conceitos de bem público e bem privado aparecem sempre muito misturados, de forma confusa e até ardilosa, sufocados pelos interesses particulares de pessoas, famílias, corporações, sindicatos, ONGs suspeitas e seitas pseudorreligiosas.

Os resultados dessa criminosa contaminação são aterradores: populismo, demagogia, uso perverso dos meios de comunicação, acirramento dos ressentimentos entre categorias sociais, total falta de transparência no gerenciamento dos tributos arrecadados, nepotismo, enriquecimentos inexplicáveis. Ou seja, o apodrecimento dos valores morais.

É chocante o que vem sendo trazido à tona nestes últimos tempos, mesmo com a desculpa de que em épocas anteriores também era habitual a pilhagem do bem comum. Sabemos disso. Mas havia reação. Havia quem se escandalizasse, quem reagisse. Havia quem se envergonhasse... Hoje, não. A impunidade vira regra geral e o povo não tem mais a quem recorrer diante da violência crescente. Parece que todo o talento de nossa gente mostra sua fantástica criatividade na invenção de novas modalidades de golpes.

Pior do que isso é ter de aturar, na mídia, as declarações e explicações de nossos caciques, pedindo respeito a pessoas incomuns. E exigindo atenção à sua biografia. Ou alegando valores republicanos!

Francamente! República não é nada disso. Essa palavra veio do latim res publica. República cuida da coisa pública. Seu objetivo principal é o bem comum. Ser republicano é dar primazia ao bem comum. Isso significa que cabe ao político cuidar do bem comum. E que essa atividade política se desenvolve na área da justiça e se vincula integralmente à ética. Sem ética não há política nem políticos. Sem justiça não há política nem políticos.

Vale a pergunta: de que cuidam os políticos em nosso país, nestes tempos negros? Só pensam em chegar ao poder. Ficar no poder. Usufruir o poder. Gozar o poder. Aproveitar o poder. Tirar vantagens do poder.

Acontece que o poder existe para que alguém exerça a tarefa de governar. É isso que os brasileiros devem exigir de quem chega ao poder. Que cuide só de governar. Governar, em seu significado republicano, significa zelar pelo bem comum, gerenciar com honestidade os recursos públicos, prestar contas de todos os atos e respeitar as leis. Leis votadas para serem cumpridas por todos, governantes e governados.

Tudo o que estamos vendo é exatamente o contrário. Os encarregados de zelar pelo bem comum só cuidam de interesses particulares, partidários, ideológicos, sindicais, corporativos, familiares, etc., ignorando todos os objetivos do bem comum e dele se apropriando sem nenhum sinal de vergonha ou constrangimento.

Daí a estranheza que nos aflige. Se todos estão vendo tudo isso, onde está a indignação de nossa gente? A indignação só se volta contra alguns do Senado. E os outros Poderes, em Brasília e no resto do Brasil?

Encarapitados no planalto goiano, os governantes vivem fora da vigilância próxima da população brasileira. Sabemos que ali é quase milagre escapar da contaminação. Pode ser presidente, deputado, senador, enfim, o que for, todos se movimentam num ambiente à parte do País, mergulhados nas vantagens e benesses que marcaram a implantação de Brasília e ainda imprimem o ritmo de seu funcionamento. Lá tudo é coisa pública pronta para virar coisa privada! Emprego, carro, combustível, verbas indenizatórias, gabinetes, luz, telefones, passagens, parentes, amigos, presentes, as famosas bases, obscuros artigos das medidas provisórias, misteriosas emendas orçamentárias, verbas com endereço certo, concorrências de fachada, licitações com cartas marcadas, recibos técnicos, notas frias - enfim, um labirinto burocrático infernal, onde o bem comum jamais é levado em conta.

Qual a solução? Trazer a capital de volta para o Rio? Levar para São Paulo ou Belo Horizonte? Não dá mais. Agora é tarde. Existe alguma? Claro que sim. Mas para isso, para que o elefante acorde e reaja é preciso que apareçam lideranças. Lideranças de verdade. Não há de ser com os caras-pintadas de ontem comandando a UNE subordinada de hoje, certo? Qual o caminho, então?

Mudar nosso sistema de representação democrática. Acabar com a passividade do eleitor. Dar-lhe voz ativa. Dar-lhe o direito de eleger e o poder para deseleger. Dar-lhe meios para vigiar, nos partidos, a indicação de nomes sérios. Dar-lhe meios para dizer sim e não.

Só com uma profunda e revolucionária alteração no processo de participação do eleitor, no comando Legislativo do País, pode-se pensar em mudar este quadro. Sem isso, nada feito. Pelo sistema de hoje, nosso voto não passa de um simples voto de boas-festas, de parabéns, de pêsames ou de louvor. Os partidos atuais não vivem pela força de seus filiados atuantes. Sobrevivem por causa de alianças passivas com o poder. Essa mudança tem de ser feita. Quem fará? O Congresso? O Executivo? O Judiciário? Quem, afinal?

Nós! Nós, os republicanos indignados, explorados. Depende só de nós. O mundo mudou muito, mas a internet mudou o mundo. Essa é a revolução. A turma do Poder já percebeu e está-se mexendo. E nós? Nossa praça virtual vai ser ouvida. Só depende de nós. Quantos somos? Onde estamos? Qual o nosso alvo? Vamos proclamar a República?

Sandra Cavalcanti, professora, jornalista, foi deputada federal constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Carlos Lacerda, fundou e presidiu o BNH no governo Castelo Branco.

Eleição ou Plebiscito? Capítulo 2 - Pouco risco


De todos os envolvidos no processo político de escolha do próximo presidente da República, o único que não tem nada a perder, e tem um projeto definido, é Lula. Os dois partidos políticos metidos mais diretamente na disputa, PT e PSDB, correm o mesmo risco, o de sair da eleição quase se desmanchando.

Se o PSDB não conseguir fazer o sucessor de Lula, seja José Serra ou Aécio Neves, o partido tende a ficar mais fraco do que já está no Legislativo e nos governos estaduais, tornando-se crucial manter as administrações de São Paulo e Minas para não desaparecer.

As chances são piores do que em 2006, pois, se a popularidade de Lula determinar uma vitória de sua candidata, a coalizão governista pode ter força para eleger o governador de Minas com Aécio fora da disputa.

Em São Paulo, parece mais fácil a vitória tucana, seja com a reeleição de Serra ou a candidatura de Geraldo Alckmin.

Ciro Gomes, a melhor aposta do governo, não parece ter fôlego de vencedor para uma corrida desse tipo. Mas tem resistência e vontade suficientes para atacar seu inimigo escolhido, o governador Jos é Serra .Mas Lula não quer que Ciro ganhe.

Faz parte da sua estratégia tirar Ciro da corrida presidencial para evitar que sua presença impeça uma decisão plebiscitária entre a candidata de Lula e o candidato da oposição.

Para conseguir isso, teve que arranjar um brinquedo novo para Ciro, e trata agora de convencer o PT a deixar Ciro brincar em seu quintal.

Já o PT, abrindo espaço para as coalizões regionais com diversos partidos e deixando de disputar governos estaduais para não melindrar seus aliados, corre o risco de não fazer uma bancada forte no Congresso e perder os governos estaduais que tem.

Se a ministra Dilma Rousseff perder, não terá sido por culpa de Lula, mas, se ela for eleita, certamente deverá tudo a ele. Por isso, Lula é também o que está jogando mais solto, com autonomia para impor uma candidatura ao partido que deveria liderar esse processo, e determinar as regras do jogo para o seu lado do campo, sem se importar com os adversários.

Lula definiu desde o início que as chances de vitória de seu time teriam que estar baseadas única e exclusivamente no seu apoio, e não nas qualidades deste ou daquele candidato, não havendo espaço nesse tipo de jogo para um candidato de luz própria, que definisse posições e estratégias. Mesmo porque não havia esse produto na prateleira do PT.

Depois do operário, seria preciso encontrar algum representante de minorias para dar prosseguimento ao "governo popular", e a ministra Dilma Rousseff está candidata não por suas qualidades de gestora, mas por ser mulher.

Seu proverbial mau humor pode criar problemas mais adiante, se chegar a subir a rampa do Palácio do Planalto, mas durante a campanha sua candidatura será monitorada pelos mesmos que coordenaram a campanha vitoriosa de Lula — os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci — e os acordos políticos estão sendo costurados pelo próprio presidente.

A imensa popularidade do presidente é o ponto fora da curva dessa eleição.

Apesar da crise, Lula não se desgastou, e está conseguindo convencer a todos que, mesmo que o país tenha um pequeno crescimento negativo este ano, estamos melhores do que os outros, que terão quedas muito maiores.

Não é coerente com a tese que defendia até bem pouco, quando o governo dizia que o baixo crescimento brasileiro não poderia ser comparado com o de outros países, mas sim com a performance do próprio Brasil em anos anteriores.

Mas quem está buscando coerência nesses tempos? A oposição, que pensava que teria uma vida mansa na primeira disputa presidencial sem Lula na cédula, surpreendeu-se com a efetividade da sua estratégia, que está conseguindo colocar Lula num palanque sem que as restrições da legislação eleitoral o atinjam.

Lula faz campanha pelo país impunemente, e continuará fazendo. Ele já disse a interlocutores que o melhor está para vir: "Ainda não levantei o braço dela na frente do povo para dizer que ela é a minha candidata", comentou Lula recentemente.

Até o momento, ele está apenas esquentando os motores e já conseguiu fazer com que "a mulher do Lula" ganhasse exposição e reconhecimento.

A única surpresa foi a doença da ministra Dilma Rousseff, que colocou uma interrogação na sua capacidade de enfrentar uma campanha tão árdua.

Se confirmado o prognóstico de que está curada do câncer linfático, Lula tem grandes chances de coroar seu projeto político com a eleição da sucessora.

Se Dilma perder, foi uma boa tentativa.

Em ambos os casos, Lula sairá pelo mundo à frente de uma ONG fazendo campanha contra a fome.

Ele continuará sendo uma figura política importante no país, podendo se defender de eventuais acusações que sempre ocorrem em momentos de crise política.

Mas já tem a garantia, de antemão, de que não há inimigos do outro lado do campo, no máximo adversários muito bem comportados.

Mais até do que a máquina de moer reputações em que se transformou o petismo.

O recente episódio da crise no Senado, na qual o presidente Lula está jogando todo o seu prestígio na tentativa de garantir a sobrevivência de Sarney e, por tabela, a adesão do PMDB a seu projeto de poder, é mais um teste.

As próximas pesquisas de opinião mostrarão até que ponto a defesa intransigente de Sarney afeta a popularidade de Lula.

Mantidas as atuais condições, é uma jogada de alto risco a que Lula está montando, mas risco para o PT, não para ele mesmo.

Merval Pereira

E-mail para esta coluna: merval@oglobo.com.br

Praticamente continuação do "Capítulo 1" continua mostrando hipóteses ao pleito de 2010.

terça-feira, 28 de julho de 2009

DEBATES VERSUS EMBATES


(do Blog ANTISOCIALISMO)Primeiro não sei quem é o autor da imagem, apenas recebi-a por e-mail e achei-a inteligente.
Assim que adentrei ao mundo "internético" me contentava em expor minhas idéias nos meus blogs. O "MSN", é muito restritivo, e os e-mails mais seletivo.
Fui convidado para o "ORKUT".
No princípio achei " fora de série " debater idéias com outras pessoas, mas aí tive uma desgradável surpresa.
NO "orkut" não se debatem idéias, se embatem, se espinafram e se ofendem como crianças mal educadas de jardim infantil, lutando por determinado brinquedo.
Poucos são àqueles que traduzem filosoficamente suas idéias.
Apenas republicam notícias de jornais e revistas, ou opiniões de "blogs" partidários.
Ora, as pessoas são socialistas ou não, conhecendo as diretrizes filosóficas de cada conceito que adquire, não se "é" pelo simples fato de ser.
Há de ter coerência em cada significado das atitudes.
Quem acha "FIDELITO" um grande chanceler que matou talvez inocentes por uma causa, também deve defender outras ditaduras e suas mortes, simplesmente por lógica deve defender Pinochet, ou a ditadura militar brasileira.
Pois deve acreditar que "os fins justificam os meios".
Agora a moda é discutir as "vaias contra "lula"" ou as passeatas "antilula".
Esse "besteirol" é como dividir "delicados" um para mim dois para ti" e vice -versa.
NÃO SE DISCUTE OPÇÕES, MAS SIM A FALTA OU A NECESSIDADE DELAS.
Discutir se havia 2000 ou 10000 pessoas na passeata e como comparar idade de pedras.
Uma diz que tem 300 milhões de anos a outra diz que tem 200 milhões, quando neste universo a diferença é insignificante.
2000 em 200 milhões é 0,001% e 10000 é 0,005%, se fosse 100000 seria 0,05%e se fossem 1 milhão seria 0,5%, números irrisórios.
DISCUTEM A POPULARIDADE APÓS O ACIDENTE AÉREO e caos.
48% DE POPULARIDADE, mas apenas 8% da população viaja de avião e aí entre esses a IMPOPULARIDADE É DE 62% OU SEJA 1% DA POPOPULAÇÃO.
QUEM NÃO VIAJA DE AVIÃO POUCO SE IMPORTA, QUEM MORA PERTO DE AEROPORTO QUER VÊ-LO FECHADO.
Não é porque eu não utilizo algo que eu tenha que compactuar com seus malefícios se não recebo benefício nenhum.
É justamente aí que voce enxerga o verdadeiro sentido egoísta do povo brasileiro, e o porque da corrupção.
SE A IDÉIA É BOA E BENÉFICA, NÃO DEVE IMPORTAR O PARTIDO, SE RUIM E MALÉFICA, DEVEMOS SER CONTRA TAMBEM SEM SERMOS PARTIDÁRIOS, ISTO É COERÊNCIA, DEMOCRACIA E CIVILIDADE.
VOU DEIXAR O "ORKUT" DE LADO, NENHUMA COMUNIDADE SATISFAZ MEUS ANSEIOS DE MELHORAS AO PAÍS.
CANSEI DO "CANSEI".
CANSEI DO "NÃOSEI".
VOU DAR UM TEMPO AO MEU TEMPO.
ESCREVER AO VENTO É UMA LITURGIA.
AS PESSOAS NÃO PENSAM NO TODO, MAS EM GANGUES IDENTIFICADAS.
EU QUERO PARTICIPAR DE TODAS AS GANGUES E VÊ-LAS UNIDAS DEFENDENDO UMA NAÇÃO, E NÃO HIPÓCRITAS DEFENSORES APENAS DE SI MESMOS.

por VSROCCHA

Assino embaixo...

Contradição Interna!

Imagem da Capa do livro de Alejandro Peña Esclusa, aqui no caso ilustrativa ao Foro de São Paulo


O governo brasileiro, no processo de aprendizado para avançar no caminho para tornar-se uma potência política regional e uma potência econômica global, começa a dar sinais de que, pelo menos em alguns setores, está atento à defesa de nossos interesses.

Recentemente, pela primeira vez, o governo indicou que para tanto poderá adotar uma atitude mais firme. Essa política, contudo, não foi aceita sem contestação. Houve posições divergentes no âmbito do governo. O Itamaraty, mais leniente, mostrando sua face paz e amor, através da diplomacia da generosidade, sobretudo em relação a nossos vizinhos sul-americanos, dissociou-se da ação mais forte de outros Ministérios.

Esse desencontro ocorreu em quatro ocasiões. A primeira quando da criação e regulamentação do Sistema Nacional de Mobilização (SINAMOB). O SINAMOB foi criado em 2007 com o objetivo de realizar, integrar e coordenar as ações de planejamento, preparação e execução das atividades de mobilização nacional. Por decreto de outubro passado, que passou despercebido pela opinião pública, o Governo brasileiro definiu o que pode ser considerado uma agressão estrangeira ao Brasil e aos brasileiros ou aos interesses do país.

O artigo segundo do mencionado ato legal define de forma direta que “a mobilização nacional é a medida decretada pelo presidente da República, em caso de agressão estrangeira, visando à obtenção imediata de recursos e meios para a implementação das ações que a logística nacional não possa suprir, segundo seus procedimentos habituais, bem como outras necessidades”

No parágrafo primeiro do artigo segundo, o decreto não poderia ser mais claro: “são parâmetros para a qualificação da expressão agressão estrangeira, dentre outros, ameaças ou atos lesivos à soberania nacional, à integridade territorial, ao povo brasileiro ou às instituições nacionais, ainda que não signifiquem invasão ao território nacional”.

Essa definição, pela generalidade dos conceitos, como, por exemplo, “povo brasileiro” ou “instituições nacionais” dá ampla latitude ao Governo brasileiro para tomar as medidas necessárias para assegurar a defesa de seus interesses.

Se empresas públicas ou privadas forem consideradas “instituições nacionais”, os atos ou ameaças da Bolívia (com a expropriação “manu militari” das refinarias da Petrobras), do Equador (com a expulsão de empresas e a prisão de brasileiros) e agora o Paraguai (com a ameaça à nossa segurança energética) poderiam ser enquadrados como agressão estrangeira. A reação do governo brasileiro, em relação a esses países, deveria ser, por isso, diferente daquela adotada até aqui pelo Itamaraty, com o apoio da Assessoria Internacional da Presidência da República.

Uma segunda divergência ocorreu nas discussões e na aprovação do Plano Estratégico de Defesa Nacional em que a Chancelaria ficou marginalizada. O Itamaraty tinha receio de que a franqueza da linguagem utilizada no documento pudesse despertar reações de nossos vizinhos. Segundo se sabe, diversas passagens foram modificadas para atenuar a forma com que estavam sendo apresentadas. A política externa brasileira, ao contrário da maioria dos países de médio e grande porte, com interesses além fronteiras, ainda não incorporou a dimensão da defesa nacional no seu pensamento estratégico e muito menos na retórica oficial.

Além desses dois exemplos de divergência no governo em assuntos que dizem respeito à defesa de nossos interesses, a maneira como o Itamaraty conduz o relacionamento com a Argentina e o Paraguai tem criado atritos no governo. Impregnada da visão partidária do PT, a politização das decisões favorece uma atitude de tolerância ilimitada em relação às restrições comerciais e medidas hostis argentinas às empresas brasileiras. Enquanto isso ocorre, o Brasil faz grandes e generosas concessões ao nosso vizinho, como cessão de energia a preço subsidiado, empréstimos para obras de infra-estrutura, incentivos fiscais (isenção de IPI para carros importados da Argentina) e swap cambial de US$ 3,5 bilhões, a título de ajuda financeira. Reagindo a essa situação lesiva, os Ministérios do Desenvolvimento e da Fazenda questionam a política do Itamaraty e propõem adotar medidas contra produtos argentinos, inclusive junto à OMC, além de suspender as “bondades” oferecidas, sem qualquer contrapartida. O governo, contudo, decidiu manter a política da generosidade e evitar medidas na defesa dos interesses dos exportadores brasileiros para não criar dificuldades para nossos vizinhos.

No tocante ao Paraguai, segundo comentários de fontes oficiais, para evitar que Lugo, abalado por escândalos pessoais e enfraquecido por problemas políticos na sua base de sustentação, não termine seu mandato, o Governo brasileiro decidiu autorizar a venda livre e direta ao mercado brasileiro da quota paraguaia da energia produzida por Itaipu exportada até aqui via Eletrobrás. Essa medida, contestada pelo Ministério de Minas e Energia, é controvertida, pois, segundo muitas interpretações, não só viola do artigo 21 do Tratado de Itaipu, como será prejudicial aos consumidores brasileiros, empresas e residenciais, pelo aumento do preço da energia a ser cobrado pelas autoridades paraguaias e à Eletrobrás que terá de adiar o final da amortização da dívida externa.

A regulamentação do SINAMOB e algumas formulações do Plano Estratégico - na linha da defesa do nosso interesse – são exceção à tendência generosa e compreensiva da atual política para os vizinhos da região. Por qualquer ângulo de analise, os custos para o Brasil são altos e os resultados são poucos.

Difícil negar a partidarização de política externa, à luz de tantas e tão seguidas evidências.


O Estado de São Paulo

Pois é...
A "grande imprensa" insiste em negar, mas até eles já encontram escancaradamente as "evidências" da existência do "clubinho das esquerdas", patrocinado por Narcotraficantes.
Chavez começa a fazer água, e acredito que seja efeito dominó, como o fim da Guerra Fria.
Veremos se nosso "povo" brasileiro se conscientiza que o lulismo não é, nem de perto, o melhor para o Brasil.
As máscaras estão caindo. Mas devem estar no chão até 2014, senão essa mulla volta nos "braços do povo"!

Plebiscito ou eleição?

Embora tudo indicasse que a primeira campanha presidencial sem Lula depois de vinte anos fosse produzir uma miríade de candidatos, justamente como aconteceu em 1989, na primeira eleição direta para presidente depois do período militar, a cada dia fica mais clara a possibilidade de que a eleição do ano que vem seja disputada por apenas dois candidatos, Dilma Rousseff pelo governo, e o da oposição. O presidente Lula está fazendo tudo para que a eleição seja um plebiscito sobre seus oito anos de governo, e o governador paulista, José Serra, o mais provável candidato do PSDB, se vira para evitar essa conotação. Não quer disputar com o mito.

Existe a possibilidade real de ele desistir da candidatura se verificar que a estratégia de Lula deu certo e que o eleitorado o verá como o anti-Lula, e não como adversário de Dilma. É essa a lógica que o faz querer adiar ao máximo uma decisão sobre sua candidatura, mas ele corre o risco de cometer o mesmo erro de 2002, quando sua campanha tentou se equilibrar entre o continuísmo e a mudança.

Desta vez, tanto Serra quanto o governador de Minas, Aécio Neves, o outro aspirante à candidatura pela oposição, tentam passar para o eleitorado a mensagem de que não são contra Lula, muito pelo contrário. A tal ponto que Aécio cunhou a expressão "pós-Lula" para definir sua candidatura.

Apesar das demonstrações de apreço que o presidente Lula dá aos dois governadores tucanos, nada indica que a campanha para a sucessão de Lula venha a ser uma disputa entre cavalheiros e damas, e duas estratégias governistas já demonstram o contrário: o estímulo à candidatura de Ciro Gomes ao governo de São Paulo, e a difusão do "risco Serra", ambas estimuladas com entusiasmo pelo próprio Lula.

O presidente acha muita graça quando algum ministro seu chama a atenção para o temor que o mercado financeiro teria de uma vitória do governador paulista, principalmente pelas críticas à atuação do Banco Central. O Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, é o maior propagador da piada, juntamente com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que se vinga assim das críticas que recebe de Serra.

Também Ciro Gomes já dizia, em 2002, que sua missão principal na política é derrotar Serra, e a oportunidade de disputar a eleição para governador de São Paulo une o útil ao agradável na sua ótica política: estará solto no terreno de Serra, para atacar sua gestão, seja ele candidato à Presidência ou mesmo à reeleição.

E se for eleito governador, hipótese pouco provável, ganhará nova dimensão nacional que pode revigorar seu antigo plano de se candidatar a presidente.

O curioso é que corremos o risco de ver novamente, com sinal trocado, o mesmo tipo de campanha acontecida em 2002, só que desta vez, ironicamente, o papel conservador será da candidata oficial, para garantir aos agentes econômicos internos e externos que manterá a política econômica do governo Lula sem alterações, enquanto seus aliados estimularão os temores quanto a uma possível eleição de José Serra.

A oposição, por sua vez, terá a mesma postura que Lula teve em 2002, com mais credibilidade: garantir que nada mudará na política econômica, mas, caso Serra seja o candidato, não será possível - nem ele quererá - dissimular sua discordância com o que considera uma excessiva autonomia do Banco Central e uma política de juros errada, que estaria impedindo um maior crescimento da economia brasileira.

Na eleição de 2002, uma das táticas do governo tucano foi espalhar o temor de que a eleição de Lula levaria o país a se transformar em uma imensa Argentina, que àquela altura estava envolvida em uma grave crise econômica que começara três anos antes com a eleição de Fernando De La Rúa para a presidência, na sucessão de Carlos Menem.

O governo De la Rúa foi caracterizado por crise econômica permanente e movimentos populares violentos de protestos, enquanto internamente as diversas facções da coalizão que o sustentava se digladiavam por espaço político.

Acabou renunciando ao cargo, que foi assumido por Eduardo Duhalde, que fora o segundo colocado na eleição presidencial, numa decisão polêmica da Assembléia Legislativa.

Se em 2002, no governo Duhalde, o PSDB procurava atemorizar os eleitores com o caos na Argentina, hoje a oposição usa a mesma imagem para falar de supostas fragilidades políticas da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, mas comparando-a ao próprio De La Rúa, que não teve capacidade de conter os diversos grupos dentro de sua coalizão nem de superar a crise econômica.

Lula, por seu turno, mantém-se coerente com a posição de 2002, e vai mais além, escudado por uma popularidade espetacular no final do segundo mandato: continua controlando com mão de ferro o PT e a burocracia partidária, isolando as tendências mais à esquerda, que ou já abandonaram o partido ou hoje são francamente minoritárias, e ainda conta com a ajuda do mesmo José Dirceu que já foi seu principal escudeiro e hoje, cassado, reassume o papel de coordenador da campanha de Dilma Rousseff e volta à Executiva Nacional do PT.

Uma coligação com o PL do vice José Alencar, que foi arrancada a fórceps naquela ocasião, hoje parece brincadeira de criança diante do cheque em branco que Lula dá aos caciques do PMDB, sobretudo agora no episódio envolvendo o presidente do Senado, José Sarney.

Para Lula, cada vez mais as forças políticas organizadas em partidos só têm importância em dois momentos da campanha: no início, quando se fazem as coligações oficiais, para ganhar tempo na propaganda eleitoral, e ao final, para governar.

Durante a campanha, os eleitores se moveriam por influência da televisão e do rádio, e aos líderes políticos só caberia seguir a tendência dos eleitores. Daí a insistência no apoio do PMDB, e a aposta cega na transferência de sua popularidade.

Merval Pereira
O GLOBO, 28/07/09
]

Grande texto sobre a provável composição em 2010, bem elucidativo.
Achei melhor colocá-lo todo ao invés de comentar.

Mais uma do Faraó¹³


Petistas já pressionam para que PSB de Ciro deixe a base de apoio ao governador José Serra (PSDB) na Assembleia e se incorpore à oposição


Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter pedido "maturidade" ao PT, a direção do partido no Estado recuou e decidiu iniciar imediatamente as negociações em torno da possibilidade de Ciro Gomes (PSB-CE) liderar uma chapa antitucanos no Estado.


Na quinta-feira, Lula afirmou que o "PT precisa levar muito a sério" a candidatura de Ciro, deputado federal e candidato derrotado a presidente nas eleições de 1998 e 2002.
Na esteira da "bronca" do presidente, o Diretório Estadual paulista do partido aprovou resolução "conclamando" suas siglas aliadas no plano federal -PDT, PSB, PR, PC do B e PMDB- a iniciarem imediatamente a construção de um programa anti-PSDB, há 16 anos no poder em São Paulo.


"Esse processo dará a base a uma candidatura que unifique esse campo e dispute o governo paulista para ganhar", diz trecho da resolução, que teve o apoio da ex-prefeita e ex-ministra Marta Suplicy.


Em abril, o mesmo diretório havia aprovado texto em prol da candidatura própria do PT ao governo do Estado.
Anteontem, questionada sobre 2010, Marta, nome da sigla mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes, afirmou ser "soldado de um exército que tem general". "E é ele [Lula] quem tem de assinalar qual é a estratégia."
O grupo da ex-prefeita tem sido o mais refratário à possibilidade da candidatura Ciro em São Paulo. "Temos de ter calma, paciência, escutar os coligados, aliados e depois tomar uma atitude. Não há nada pronto", disse Marta em Mauá, onde participou de encontro do PT.

Pressão


Diretório paulista recua e decide debater com aliados; Marta diz que presidente é "general"



O presidente do PT-SP, Edinho Silva, divulgou nota que explicita a posição da sigla: "O deputado Ciro Gomes tem o respeito do PT, que pretende construir um espaço de diálogo com ele", afirmou.


Segundo o vereador paulistano Antonio Donato, o conteúdo do programa a ser debatido com outros partidos deverá deixar clara a posição de alguns deles em São Paulo, já que o PT não abre mão da oposição ao governador José Serra (PSDB).
"O PSB do Ciro, por exemplo, precisa se decidir se é ou não oposição a Serra", disse.
Na Assembleia paulista, a bancada do PSB faz parte da base de apoio ao tucano, histórico adversário de Ciro.


Reunido em Diadema (Grande São Paulo) também anteontem, o PSB-SP referendou o nome do deputado federal cearense para concorrer ao governo paulista, mas não deliberou sobre o apoio ou não a Serra.

Estadão

O que dizer deste acordos "não convencionais"...
Deixo a notícia falar por si.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Gente que mente!









Que vergonha!!!!
E Nella¹³ que vocês vão votar???

Chavez e a criação de um Narco Estado


Cresce o perigo de surgimento de um narcoestado na Venezuela. Relatório do Congresso dos Estados Unidos, divulgado semana passada, adverte que a corrupção no governo e no Exército venezuelanos proporciona um ambiente permissivo para os traficantes de drogas, e vem gerando significativo aumento no volume de exportações de entorpecentes para os EUA. É imperioso que as autoridades brasileiras fiquem atentas a todas as implicações do relatório norte-americano sobre o país vizinho.

O documento afirma que a nação governada por Hugo Chávez vem se transformando no principal centro de distribuição de cocaína produzida na Colômbia, e no maior porto de embarque do produto com destino aos Estados Unidos e à Espanha. O texto é explícito nos detalhes: "Segundo integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) interrogados pelo governo colombiano, autoridades venezuelanas – incluindo membros da Guarda Nacional – vêm recebendo suborno para facilitar a entrada de cocaína a partir da fronteira com a Colômbia". Depois de entrar na Venezuela, a cocaína sai do país a bordo de aviões que decolam e aterrissam em centenas de aeroportos clandestinos, relata o documento, acrescentando que funcionários de portos, aeroportos e aduanas também fazem parte do esquema de propinas.

De 2004 até 2007, o volume de cocaína produzida na Colômbia e que saiu da Venezuela mais que quadruplicou, passando de 60 toneladas por ano para 260. Essa cifra representa, segundo o documento, 17% de toda a cocaína produzida no mundo em 2007. Fica claro que o cerco ao narcotráfico na Colômbia – com auxílio financeiro, político e militar de Washington – acabou por forçar a mudança dos negócios ilícitos para a Venezuela. "Se grupos armados continuarem a encontrar um porto seguro no território venezuelano e a receber o apoio da Venezuela, a atmosfera permissiva e a falta de cooperação deverão afetar de maneira adversa os ganhos conquistados na Colômbia desde 2000", afirma o texto.

Como era de se esperar, o presidente Chávez condenou o documento, descrevendo-o como "a mais nova mentira" dos Estados Unidos. Seu ministro do Interior, Tarek El Aissami, ressaltou que a política antidrogas ali instalada colocou o país entre os que mais apreendem entorpecentes e que mais cuidam da prevenção. O fato é que a ajuda americana no combate às drogas na Venezuela diminuiu bastante desde 2005, depois que Chávez acusou autoridades americanas de espionagem. Alguns oficiais da Agência Antidrogas dos EUA (a DEA, na sigla em inglês) continuam trabalhando na Venezuela, mas, segundo o relatório, as reuniões com autoridades venezuelanas "são geralmente para manter a comunicação, mais que para discutir assuntos substanciais de cooperação".

É de suma importância que o governo brasileiro trate o relatório americano com toda a relevância que este merece. Além de compartilhar imensa fronteira com o país analisado, o Brasil e outras nações mantêm interesses estratégicos na região. Nos anos 80, Washington emitiu documentos semelhantes sobre as drogas na Colômbia. Não tardou para enviar reforços militares para lá. Com a mira agora travada em Caracas, o assunto merece status de segurança nacional.


Jornal do Brasil, 27/7/09

Portal Clipping


Coloquei na íntegra, afinal é mais um diferente jornal falando sobre o mesmo assunto.
Será que até que enfim o Faraó¹³ vai ter que falar de Chavez?
Já posso imaginar o imperador¹³ falando, com sua finesse e eloquencia de orador.

Honduras: O problema é Chavez. Puxa!!!! Até a Folha de São Paulo falou...

(Folha de São Paulo) BRASÍLIA - A crise hondurenha, de desfecho imprevisível, coroa toda uma era de diplomacia regional equivocada do Brasil. A unanimidade em torno da legitimidade de Zelaya parece não incluir a maioria da sociedade de Honduras. Os "golpistas", como são chamados os que estão no poder em tese até a realização de novas eleições, têm respaldo da Justiça e do Legislativo que seguem abertos.

Até aqui, aqueles que querem a volta do presidente deposto não foram jogados ao "paredón". Todos esses são sinais de que o mundo comprou como uma quartelada bananeira um processo muito mais complexo e, no limite, amparado na Constituição. Mas não é isso que se quer discutir aqui. O problema é Hugo Chávez. Ele preside sobre um modelo renovado de caudilhismo que contaminou meia América Latina. Só que seu "bolivarianismo" só pegou em casa devido à bonança petrolífera.

Fora, vingou em Estados falidos como Bolívia e Equador, sempre usando a carta fácil do "povo no poder" contra elites corruptas. Não é preciso ter lido Orwell para perceber como se portam os "bolivarianos" no poder. A cooptação de Zelaya por Chávez e a consequente campanha pela destruição da Constituição foram rejeitados por uma parte expressiva de Honduras. Por isso o impasse atual.

Ao longo dos anos, o Brasil fez vista grossa ao chavismo. Sob Lula, o apoiou ideologicamente, engolindo desaforos dele e de seus satélites sob a desculpa de que não pode ser imperial. Com isso, viu seus interesses serem atingidos e sua influência regional, questionada. Como o limite do não-intervencionismo de Obama parece ter sido atingido, os EUA começam a desembarcar da manada pró-Zelaya. Se isso ocorrer, o Itamaraty perderá o argumento do consenso. Poderia aproveitar e fazer leituras dos tons de cinza da situação. Mas, enfim, não é o que se espera.

Tudo que estamos dizendo há semanas.
Vindo da Folha de SP , é um avanço monumental ao pseudo-intelectualismo que lemos no cotidiano. Repúdio a Eliane Castanhêde, Kennedy Alencar, Clóvis Rossi, que nada mais são do que fantoches do Celso Amorim e Franklin Martins.
Parabéns ao dono do texto, IGOR GIELOW

Com a palavra o presidente da UNE e as eleições 2010








O "Filhote da Ditadura"!


Ao elogiar Collor, Renan e Sarney, Lula retrocede na história e confirma avaliação inicial do guru da ditadura

Quem viu as fotografias e leu o noticiário sobre a visita do presidente Luiz Inácio a Palmeira dos Índios, em Alagoas, deve ter estranhado exuberantes elogios (além da carona no Aerolula) ao ex-presidente Collor, extensivos a Renan Calheiros, que teve problemas na presidência do Senado. A que se pode juntar os elogios e o empenhado apoio que nestes dias deu a José Sarney, presidente do Senado, enrolado na questão dos atos secretos de nomeações para funções naquela casa do Congresso.

O Lula e o PT de hoje são irreconhecíveis em face do que disseram que seriam, no manifesto de fundação do partido, em 1980. Eles se tornaram interessantes enigmas para a compreensão dos nossos impasses políticos, os de uma história política que avança recuando. Em discurso de 1980, na Escola Superior de Guerra, o general Golbery do Couto e Silva, militar culto, ideólogo do regime instaurado pelo golpe de Estado de 1964, deu indicações sobre a armação do futuro político do País e do lugar que nele vislumbrara para Lula. O discurso está centrado nos requisitos da segurança nacional e se refere ao âmbito da liberdade política que romperia a dependência de facções da oposição em relação à polarização da Guerra Fria.

Para ele, a redução da liberdade política criara uma rede de organizações extrapolíticas de oposição ao regime. A abertura se justificava como meio de fazer com que os partidos renascessem "na plenitude de sua função de partidos", para que a política retornasse ao seu leito natural, forma de manter as oposições divididas. Dedica umas poucas palavras à "ala esquerdista da Igreja", e é quando cita Lula enquanto membro de uma elite sindical de líderes autênticos, "sem revanchismo ideológico". Lula "poderia ter sido" um desses líderes, diz Golbery, que se confessa desapontado com ele porque fora atraído "para as atividades mais políticas do que propriamente sindicais".

Intuitivo e prático, tudo sugere que Lula aos poucos compreendeu o plano de Golbery melhor do que o próprio Golbery. Era evidente a orfandade das esquerdas, que culminaria com a queda do Muro de Berlim no fim de 1989. No Brasil essa orfandade se traduzia numa fragmentação tão extensa que Paulo Vannuchi, hoje secretário de Direitos Humanos, chegou a escrever utilíssimo manual que mapeia e lista todos os grupos partidários da esquerda clandestina, indicando a origem de cada um como fragmento de outro. Sem passar pela aglutinação de ao menos parte dessa esquerda fragmentária, Lula nunca teria conseguido a legitimidade propriamente política que o tornaria a personagem que é.

Assim como Golbery, Lula também compreendeu que a Igreja Católica estava dividida em consequência das inovações do Concílio Vaticano II e que nela havia uma importante facção, que ia de leigos a bispos, ansiosa por aliar-se às esquerdas com base no capital político das comunidades eclesiais de base. A Igreja tinha seus motivos, temerosa de ver-se repudiada por ponderáveis parcelas da população, vitimadas por notórias carências sociais. A primeira manifestação da Igreja em favor da reforma agrária fora em 1950 e viera de um bispo conservador da diocese de Campanha (MG), dom Inocêncio Engelke, que alude em sua carta pastoral ao risco de que o êxodo de trabalhadores rurais para a cidade os colocasse à mercê do proselitismo comunista. É evidente que essa Igreja também compreendeu que Lula era um personagem politicamente à deriva ao qual poderia aliar-se, como se aliou.

Operário qualificado e bem pago de multinacional, Lula compreendia que o sindicalismo da era Vargas se tornava obsoleto e agonizava, impróprio para a nova militância do entendimento e da mesa de negociação. O sindicalismo lulista era apenas o instrumento da nova realidade das relações laborais, divorciadas da concepção de classes sociais, tendente ao fortalecimento das categorias profissionais e setoriais. Longe, portanto, do mito da greve geral, a greve política, mais de confronto com o Estado do que com o capital, que era a estratégia dos comunistas, fortes no ABC operário. Lula e o PT serão decisivos na demolição da esquerda característica e histórica.

O carisma crescente de Lula, a figura mítica buscada pelas esquerdas órfãs e pelo catolicismo social, foi fundamental para o salto de modernização política representado pelo surgimento do PT (e também pelo PSDB, entre outros partidos), com a abertura política promovida pela ditadura no marco das concepções de Golbery. Lula e o PT cresceram, aglutinando o que nem sempre corretamente se autodefine como esquerda. O manifesto de 2002, pelo qual o PT realinha suas orientações ideológicas a favor de uma generosa aliança com o capital e com as multinacionais, bem como com os grupos políticos de origem oligárquica, representa o cume na construção de esquerda do partido e o início do processo de sua desconstrução de direita. Ainda antes das eleições presidenciais daquele ano, Lula, falando a usineiros de açúcar e fornecedores de cana de Pernambuco e da Paraíba, fez a crítica do socialismo e lhes prometeu benefícios de política econômica, o que resultou na imediata adesão de todos a sua candidatura.

Daí em diante, Lula no poder e o próprio PT foram descartando pessoas e facções internas à esquerda de sua opção conservadora. Foram descartando também as organizações que atuam como movimentos sociais, abandonando ou atenuando programas e projetos. Inicialmente, para trazer o apoio do latifúndio e do grande capital a sua pessoa e a seu governo. Depois, para agregar a sua base política o que de mais representativo há do remanescente oligarquismo brasileiro e da obsoleta, e não raro corrupta, dominação patrimonial.

O solidário e empolgado abraço de Lula, com sorrisos, nesses três aliados, emblemáticos senadores da República, é sobretudo um fraterno e decisivo abraço no retrocesso histórico e nos reacionários arcaísmos da política brasileira. O general Golbery achou que se enganara. Não se enganou.

Professor emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Autor de Fronteira - A Degradação do Outro nos Confins do Humano


José de Souza Martins
O Estado de São Paulo

Depois dizem que a mulla não é mais um "filhote da ditadura"...
Cria do grande idiota desta fase brasileira: General Golbery do Couto e Silva (mais um Silva, estou começando a me sentir culpado também).
Golbery achou (um visonário fanfarrão)
que Lulla era a saída democrática para "a voz dos excluídos";.
Estava criado o mito e nascido o monstro.