Pois,
Completei hoje meu tabuleiro de xadrez.
Sai vitorioso nessa batalha da vida, o peão calejado e endurecido nas lides do tempo apesar das perdas e danos.
Ao longo da jornada, reis e rainhas foram perdidos, cavalos fugiram de suas atribuições, bispos em suas arrogâncias foram engolfados, pelas torres da inveja e intolerância.
Resta no tabuleiro o incansável peão, que já perdera seu rei, e teve a difícil missão de construir essas 64 casas de alegrias.
O peão já não consegue lembrar muitas delas, e ao olhar para trás muitas se esvaem na névoa do tempo.
Ele não consegue mais voltar tem de seguir em frente é sua derradeira missão.
Quantas casas mais poderá construir?
Não importa, ao chegar a última casa descobrira que poderia ser rei.
Rei sem corte, sem vassalos e sem povo, mas feliz por ter participado do jogo.
De revés, outro peão e uma rainha estão poucas casa atrás para protegê-lo, ele os vê, mas não pode alcançá-los, não há como voltar.
Tem de seguir e ser rei.
Há peões que pensam serem reis a vida inteira.
Há peões que vivem como reis a vida inteira.
Nem todos conseguem montar seu tabuleiro, alguns abandonam o seu no meio do caminho, outros tentam aumentar o números de casas, esquecendo que o jogo que nunca iniciara, já acabou.
O peão não se corrompeu em sua convivência com reis e rainhas, não montou em cavalos para apressar seu caminho, e nunca acreditou nos sacrifícios dos bispos, e jamais escondeu-se nas torres.
Seguiu em frente.
No tabuleiro da vida não há vencedores, todos temos passagens de ida.
Daqui para frente tudo é prêmio, cada avanço uma vitória.
O peão rei espera que os peões e a rainha, que os seguem completem seus tabuleiros, não terminem suas viagens antes da sua.
Nesse jogo, nesse tabuleiro, o único adversário que encontramos, somos nós mesmos.
A vitória é velo preenchido com ética, moral e conhecimento.
Nos túmulos da vida peões, reis, rainhas, bispos, cavalos e torres são todos iguais.
Exceto por suas lápides.
bom dia...
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