Um dos aspectos nefastos de um governo leniente com a imoralidade, ou que a promove abertamente, é o rebaixamento do debate institucional. Tudo acaba sendo medido por sua régua perturbada. Leiam o que vai abaixo. Volto depois:
No Estadão Online:
Em meio a novas denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney, publicadas nesta quarta-feira, 22, no Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou o novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que o Ministério Público deve ter responsabilidade e pensar na biografia dos investigados.
“A única coisa que eu peço é que o Ministério Público tenha o direito e a obrigação de agir com o máximo de seriedade, não pensando apenas na biografia de quem está investigando, mas na biografia de quem também está sendo investigado”, afirmou Lula, sem citar nomes ou fatos. E acrescentou: “no Brasil, às vezes, a pessoa é condenada antes, dependendo da carga da manchete da imprensa”.
No discurso de posse do novo procurador, Lula lembrou que o Ministério Público ganhou amplos poderes na Constituição de 1988, mas alertou para o fato de que isso pode mudar, por ação do Congresso Nacional. “Nós sabemos que a mudança nunca será por mais liberdade, mas por mais castramento”, disse Lula, numa referência à proposta de emenda constitucional chamada Lei da Mordaça que responsabiliza os promotores que moverem ações consideradas temerárias.
Comento
Fossem outros os tempos, a fala de Lula poderia até apelar a certo bom senso, não é mesmo? Fico aqui a imaginar o Lula como líder de oposição a pedir ao Ministério Público que tomasse cuidado com a biografia das pessoas. Fico aqui a imaginar este gigante a recomendar ao procurador Luiz Francisco: “Cuidado com a biografia de Eduardo Jorge! Até agora, você não tem prova nenhuma! Só ilação”. Mas que nada! Luiz Francisco acusava, o PT botava a boca no trombone e decretava a pena de morte moral do investigado. E, no entanto, alguma prova contra Eduardo Jorge? Nada!
Mas quem fala não é o líder da oposição. É o presidente da República. O mesmo presidente que já decretou que Sarney está sendo perseguido pela “imprensa” (que voltou a apanhar hoje), a despeito das evidências todas que há contra o senador. Sim, desta feita, HÁ PROVAS. Mas Lula já decretou que o presidente do Senado não é um homem comum.
Que presidente notável este que temos — e pouco me importa se ele tem 40%, 80% ou 160% de popularidade! Para inimigos inocentes, a cadeira elétrica da condenação pública; para aliados enrolados, a absolvição. Para inimigos políticos, nada, nem o benefício da lei. Para os aliados, tudo, menos o peso da lei. Este é Lula.
É por isso que chamo o PT de máquina de sujar e lavar reputações. O critério é um só: ser ou não aliado de Lula. Já divulguei aqui dois vídeos em que ele se refere a Sarney, com dois anos de diferença: no primeiro, caracteriza o senador como um bandido; no segundo, como um herói. O que mudou de um para outro? Lula? Não, ele continuava o mesmo. A biografia de Sarney? Não! Ela continuava a mesma. Só uma coisa era diferente: o senador havia se mudado de mala e cuia para o lulismo.
O lulismo é assim: oferece proteção a quem o procura. A única coisa a fazer é dar um beijo na mão de Lula.
Na Yacuza é bem pior: é preciso cortar o mindinho.
Um comentário:
Parabéns seu blog está ótimo Stênio,um abraço. Cléo.
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