A China governada pelos camaradas comunistas tem hoje o segundo maior número de bilionários do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e é o mercado de mais rápido crescimento para as grifes de luxo internacional, como Louis Vuitton, Rolex e BMW. Os ricos chineses estão cada vez mais ricos, apesar do terremoto financeiro no qual o mundo está imerso desde setembro de 2008, quando a quebra do banco Lehman Brothers deu origem à maior crise financeira global desde a Grande Depressão de 1929.
Nos últimos 12 meses, a fortuna combinada das 1.000 pessoas mais ricas do país aumentou em 30%, para US$ 571 bilhões, e a China tem hoje o segundo maior número de bilionários de todo o mundo, depois dos Estados Unidos. Quase todos que aparecem no ranking do Relatório Hurun, divulgado esta semana, são novos ricos, que construíram suas fortunas a partir do zero. Dos 1.000 integrantes da lista, menos de 1% herdou sua foturna. Para entrar no ranking era necessário ter um patrimônio pessoal de pelo menos US$ 150 milhões, US$ 50 milhões a mais que em 2008.
Fora desse universo, há milhares de outros abastados no país. O responsável pelo Relatório Hurun, Rupert Hoogewerf, estima que existem 825 mil pessoas na China com riqueza superior a US$ 1,5 milhão.
Como bons novos ricos, os ricos chineses fazem questão de mostrar que são ricos. Para isso, nada melhor que ostentar aquisições que trazem estampadas algumas das inúmeras grifes de luxo internacional que se engalfinham por uma fatia do crescente mercado chinês. A China já é o segundo maior mercado para grifes de luxo do mundo, atrás apenas do Japão, e deverá assumir a liderança no ranking até 2015.
Marcas de carros como Ferrari, BMW e Mercedes encontraram nos ricos chineses um oásis de compradores em meio à seca que assola o mundo. A BMW viu suas vendas globais caírem 19% nos primeiros sete meses do ano. Na China, elas aumentaram 26%. A Mercedes vendeu 44,3 mil carros no país desde o início do ano, 52% a mais que em igual período de 2008. Em breve, a China será o maior mercado para a Porsche, que vendeu 7.615 unidades no país em 2008, um salto de 145% em relação a 2007. Os chineses também compram quantidades crescentes de jóias e acessórios, como bolsas e relógios. A marca preferida dos novos ricos é Louis Vuitton, seguida de BMW, Mercedes-Benz, Rolls-Royce, Rolex, Ferrari, Cartier, Chanel, Bentley e Porsche. Todas têm forte presença na China, onde os shoppings concentram uma quantidade inacreditável de grifes de luxo.
Obras de arte também estão em alta e, segundo a revista The Economist, existem em torno de 100 colecionadores chineses que gastam no mínimo US$ 1 milhão por ano na compra de objetos de arte. Leilão realizado pela Sotheby´s em Hong Kong no dia 8 de outubro bateu recordes de preços na venda de peças antigas, que evocam a grandiosidade do período imperial chinês. Trono que pertenceu ao imperador Qianlong, da dinastia Qing (1644-1911) foi arrematado por US$ 11 milhões, quase três vezes o preço inicial de US$ 4 milhões. Com elaborados entalhes, o trono de madeira traz cinco figuras de dragão, cuja imagem era associada ao imperador chinês. É difícil imaginar uma peça que melhor atenda ao insaciável deseja de status dos novos ricos chineses.
Aí vão algumas imagens do luxo chinês:
Lojas da Prada e da Gucci em shopping de Pequim
Exibição de Porsches em shopping de Pequim, em frente a loja da Versace
Ferrari estacionada em Xangai
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