Volta e meia, elejo um homem público para presentear, simbolicamente, com a camiseta criada pelo cantor e compositor Lobão: a famosa “Peidei, mas não fui eu”. Nunca pedi autorização pra ele. O agraciado da hora é o ministro da Educação, Fernando Haddad. E, antes de tudo, exclamo: como a imprensa gosta deste moço!
Até agora, não se fez uma maldita reportagem dizendo o óbvio: ele é o culpado pela patetice no Enem. Não é o responsável criminal, é óbvio. Afinal, não foi Haddad que meteu uma prova da cueca e tentou vendê-la. Mas é o responsável político. A questão é simples, óbvia. O Enem se transformou no maior vestibular do país. Evidentemente, as condições de segurança de antes, de quando a prova servia apenas para avaliar o desempenho das escolas, podendo ou não ser usada pelas universidades, não poderiam ter permanecido as mesmas na nova realidade.
As câmeras instaladas na gráfica evidenciam a facilidade com que um sujeito - do consórcio contratado, não da gráfica - esconde uma prova na roupa, junto com comparsas. O sujeito era funcionário da empresa havia dias. No dia anterior, um parceiro seu já havia amoitado outra dentro da calça. Haddad faz de tudo para evidenciar que se trata, afinal, de um esquema amador. Sabemos que é amador. O valente não se dá conta do buraco lógico em que cai: se qualquer amador pôde fazer o que fez - e só foi denunciado por causa do seu amadorismo -, o que não pode fazer um profissional? E, no caso, sem que ninguém saiba.
Não acho ruim que exista uma prova unificada. Em tese ao menos, isso cria exigências mínimas e parâmetros para um currículo nacional. Achei esta prova cancelada e outras ruins de doer - mas isso é outra história, e volto ao tema oportunamente. O episódio atrapalhou a vida de muita gente. Quando amadores quebram o sigilo de um exame, isso significa que os profissionais chegaram primeiro.
Não há outra opção: ou Haddad assume a sua parcela de responsabilidade, sem tergiversação, ou veste a camiseta criada por Lobão.
Um comentário:
Se retratar ele não vai, acho que vai vestir sim a camiseta e comer com farinha. e continuar não vendo nada...rsrsrsr.
Abraços
Rita
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