quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Itamaraty: Nunca antes na história deste país! Sucessão de fracassos diplomáticos.


Caros, escrevo “quase” porque não conseguirei listar todas as bobagens de Celso Amorim. Tudo o que sabemos sobre o valente esconde, com certeza, uma obra bem mais volumosa.

Amorim conduziu o Brasil a mais uma derrota, agora na Unesco. Farouk Hosni, o egípcio anti-semita que queimaria pessoalmente livros em hebraico se os encontrasse nas bibliotecas do Egito, perdeu a disputa pela secretaria-geral na Unesco para a búlgara Irina Bukova. Para apoiar Hosni, Amorim desprezou o brasileiro Márcio Barbosa, que contaria com o apoio tranqüilo dos Estados unidos e dos países europeus. Vale dizer: Amorim chutou a vitória e escolheu a derrota por motivos políticos e ideológicos.

No caso da Unesco, Amorim acrescenta mais uma derrota a uma coleção. No caso de Honduras, mais uma bobagem a uma penca. Leitores pedem que eu lembre os outros desastres. Escrevi a respeito no dia 25 de maio, começando pela Organização Mundial do Comércio. Leiam:
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Derrota de Ellen Gracie? Não, é claro! Mais um vexame protagonizado por este incrível fanfarrão chamado Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, este verdadeiro Apedeuta Ilustrado do Itamaraty, só que sem o carisma e a sorte do original. Agora resta ao Brasil tentar vencer uma parada internacional apoiando um anti-semita para a Unesco, que conta com o repúdio de boa parte do mundo civilizado.

A política externa brasileira é uma vergonha histórica, embora conte com o beneplácito de boa parte do jornalismo, que caiu na conversa do protagonismo brasileiro, como se isso fosse obra do Itamaraty. Não faltará energúmeno lambe-botas para dizer que a derrota só aconteceu porque estão com medo de nós. É a nossa forma de brilhar no mundo. No subcontinente, os companheiros sacaneiam o Brasil, e o país aceita porque acha que tem essa obrigação com os mais pobres. Quando a disputa, então, envolve interesses dos países ricos, a gente se dana de novo porque estariam tentando impedir a nossa ascensão. O jeito de o Brasil ser grande, como vêem, é sempre tomando na cabeça. Lula é mesmo “o cara”, e Celso Amorim é seu “carinha”.

Amorim, há dias, disse que a Unesco - onde um brasileiro poderia ser eleito sem qualquer dificuldade - não era prioridade, e sim a OMC. Pronto! Não levamos a OMC. Mais um desastre numa série de desastres. E notem que a China, a quem o Brasil concedeu status de economia de mercado, o que é piada, ficou, mais uma vez, contra nós. Lula esteve lá por esses dias. Com os resultados que se vêem. Não conseguiu nem fazer o acordo da carne, como se esperava. Vendeu uns espetinhos de frango…

Os chineses também deram um pé no traseiro do Brasil na questão do Conselho de Segurança da ONU. Propuseram: “Vocês nos reconhecem como economia de mercado, e nós defenderemos o pleito de vocês”. Amorim, o bobo da turma, concordou: “Tá bom, então você primeiro”. Quando os companheiros conseguiram o que queriam, o nosso Gigante se animou: “Agora é minha vez”!!!.E os chineses pularam fora. Deram no pé. Não quiseram saber. E passaram a lutar contra a ampliação do Conselho de Segurança da ONU. A política do troca-troca de Amorim é assim: ora o Brasil fica por baixo, ora o adversário fica por cima. Mas o homem é bom de lábia: tem até porta-voz informal na grande imprensa que escrevem textos oxigenados cantando as suas glórias de grande articulador.

Querem saber mais bobagens e derrotas deste gigante? Neste blog, no dia 12 de janeiro:

Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, é certamente a figura mais patética que já ocupou a cadeira de titular do Itamaraty. O gigante fez Lula acreditar que entende perfeitamente como funciona o mundo. O ministro fez parecer ao Apedeuta que os conflitos internacionais são como uma partida entre o Corinthians e o Palmeiras ou como uma negociação entre sindicalistas e empresas. Amorim - e, pois, o Brasil - foi derrotado em todos, rigorosamente todos, os embates internacionais em que se meteu. Querem um resumo dos desastres?

NOME PARA A OMC
Amorim tentou emplacar Luís Felipe de Seixas Corrêa na Organização Mundial do Comércio em 2005. Perdeu. Sabem qual foi o único país latino-americano que votou no Brasil? O Panamá!!!

NOME PARA O BID
Também em 2005, o Brasil tentou emplacar João Sayad na presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Deu errado outra vez. Dos nove membros, só quatro votaram no Brasil - do Mercosul, apenas um: a Argentina.

ONU
O Brasil tenta, como obsessão, a ampliação (e uma vaga permanente) do Conselho de Segurança da ONU. Quem não quer? Parte da resistência ativa à pretensão está justamente no continente: México, Argentina e, por motivos óbvios e justificados, a Colômbia.

DITADURAS ÁRABES
Sob o reinado dos trapalhões do Itamaraty, Lula fez um périplo pelas ditaduras árabes do Oriente Médio. O Babalorixá deixou de visitar a única democracia da região: Israel.

CÚPULA DE ANÕES
Em maio de 2005, no extremo da ridicularia, o Brasil realizou a cúpula América do Sul-Países Árabes. Era Lula estreando como rival de George W. Bush, se é que vocês me entendem. Falando a um bando de ditadores, alguns deles financiadores do terrorismo, o Apedeuta celebrou o exercício de democracia e de tolerância…

ISRAEL E SUDÃO
A política externa brasileira tem sido de um ridículo sem fim. Em 2006, país votou contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas, no ano anterior, negara-se a condenar o governo do Sudão por proteger uma milícia genocida, que praticou os massacres de Darfur. Por que o Brasil quer tanto uma vaga no Conselho de Segurança da ONU? Que senso tão atilado de justiça exibe para fazer tal pleito?

FARC
O Brasil, na prática, declara a sua neutralidade na luta entre o governo constitucional da Colômbia e os terroristas da Farc. Já escrevi muito a respeito do assunto.

RODADA DOHA
O Itamaraty fez o Brasil apostar tudo na Rodada Doha, que foi para o vinagre. Quando viu tudo desmoronar, Amorim não teve dúvida: atacou os Estados Unidos.

E não esqueçam
Isso tudo sem contar, é claro, a facilidade com que os países sul-americanos pintam e bordam com o Brasil. Evo Morales, o índio de araque, nos tomou a Petrobras, incentivado por Hugo Chávez, que o Brasil trata como uma democrata irretocável. Como paga, o Beiçola de Caracas vai fazer parte do Mercosul. A Argentina impõe barreiras comerciais à vontade. E o Brasil compreende. O Paraguai decidiu rasgar o contrato de Itaipu. E o Equador já chegou a seqüestrar brasileiros. Mas somos muito compreensivos. Atitudes hostis, na América Latina, até agora, só com a democracia colombiana. Chamam a isso “pragmatismo”.

Nunca antes na história do Itamaraty.



Reinaldo Azevedo

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