terça-feira, 11 de agosto de 2009

Edir Macedo: A superpotência empresarial que não paga impostos.

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A Folha publica nesta terça uma reportagem de fôlego, de Márcio Aith, informando que o juiz Glaucio Roberto Brittes, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público contra Edir Macedo, o todo-poderoso da Igreja Universal do Reino de Deus, e outros nove integrantes da seita. Abaixo, há quatro posts com trechos das matérias. Leiam ali alguns detalhes. Os números da Igreja são espetaculares, dignos de grande empresa. Informa Aith: “Somando-se as transferências atípicas e os depósitos bancários em espécie feitos por pessoas ligadas à Universal, o volume financeiro da igreja no período de março de 2001 a março de 2008 foi de cerca de R$ 8 bilhões, segundo informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda que combate a lavagem de dinheiro. A movimentação suspeita da Universal somou R$ 4 bilhões de 2003 a 2008.” Um espetáculo mesmo.

Vocês querem apostar quanto que os mesmos ex-jornalistas que estão na Internet defendendo Sarney farão agora a defesa da Igreja Universal? Essa gente não tem limites. Quando se trata da “causa”, juntam-se a Renan, Sarney, Collor e, por que não?, Edir Macedo. Alguns dos mais entusiasmados críticos do que chamam “mídia golpista”, não custa lembrar, são nada menos do que funcionários de Macedo. Até parece que o império construído por este empresário da religião não é, ele também, midiático.

Lendo a reportagem, vocês vão constatar que, na origem do complexo bilionário comandado por Macedo, está uma questão: igrejas não pagam impostos no Brasil. O que penso a respeito? Um erro! Alguns dos meus amigos de fé ficarão bravos, mas paciência! Deveriam pagar. Estado e religião, felizmente, já estão separados no país. A imunidade não faz sentido. Ela existe, em tese, para que os recursos arrecadados pela denominação religiosa sejam usados em benefício dos fiéis e da fé. No caso da Universal, segundo os procuradores, viraram emissoras de TV, rádios, estúdio, gravadora etc.

Essas correntes neopentecostais que prosperam usando as TVs — e elas nada têm em comum, destaque-se logo, com as correntes tradicionais do protestantismo, que repudiam, com razão, qualquer parentesco — fazem mais milagres por dia do que fez Cristo durante toda a vida. Vocês sabem: o Nazareno era modesto; os pregadores de hoje em dia têm grandes ambições. O maior de todos os seus milagres, no entanto, é mesmo a multiplicação de bens. O procuradores têm uma explicação para o fato que passa longe da intercessão divina.

O advogado da seita diz que a Receita Federal aprovou todos os procedimentos do seu cliente. O que, a ser como dizem os procuradores em sua apuração de dois anos, não deixa de ser realmente espantoso. Afinal, a Receita tem andado tão severa, não? A ser assim, logo vai ter empresário pensando em abandonar, por exemplo, o ramo de artigos de luxo para se dedicar ao ramos dos milagres.

Vamos ver como as coisas caminham. Edir Macedo sempre teve amigos poderosos. Em todas as épocas. A adesão de sua emissora ao governo de turno, no entanto, atinge mesmo o estado da arte é na gestão Lula. E olhem que, lá nos primórdios, os petistas apanhavam bastante dos pastores. Algo, no entanto, mudou muito. Edir Macedo e sua Igreja seguem sendo os mesmos. Lula terá mudado? Também não. Ele só revela a sua real natureza.

No alto, há um vídeo que já é um clássico. Edir Macedo ensina como ser um “bom pastor”. O que o filme tem a ver com a reportagem? Ora, demonstra a eficiência do, por assim dizer, método. O pastor Honorilton Gonçalves, hoje o chefão da Record, é uma das estrelas da filmagem. Observem que ele pergunta ao então deputado Laprovita Vieira, que foi, durante algum tempo, o dono oficial da Record, se a emissora foi comprada com dinheiro do caixa um ou do caixa dois. Posso estar enganado, mas acho que vi o senador Marcelo Crivella duas vezes por ali.

Outro clássico da Igreja Universal é o chute na imagem de Nossa Senhora Aparecida. O filme segue abaixo.



por Reinaldo Azevedo


Edir Macedo e mais 9 viram réus por lavagem de dinheiro

08:06 | 11 de Agosto de 2009

Por Solange Spigliatti

São Paulo - A Justiça de São Paulo acatou ontem a denúncia contra o bispo Edir Macedo e outras nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), eles são acusados de integrarem um esquema envolvendo empresas de fachada, que remetia ao Exterior dinheiro obtido com doações de fiéis. Esse dinheiro, depositado em paraísos fiscais, voltava ao Brasil em forma de contratos de mútuo utilizados para a aquisição de empresas.

A acusação formal foi oferecida no último dia 5 pelo MPE, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo São Paulo, e recebida pelo juiz da 9ª Vara Criminal da Capital. Além de Edir Macedo, foram denunciados Alba Maria da Costa, Edilson da Conceição Gonzales, Honorilton Gonçalves da Costa, Jerônimo Alves Ferreira, João Batista Ramos da Silva, João Luís Dutra Leite, Maurício Albuquerque e Silva, Osvaldo Scriorilli e Veríssimo de Jesus.

De acordo com a denúncia, Edir Macedo e os demais acusados há cerca de 10 anos vêm se utilizando da igreja para a prática de fraudes. Durante as investigações, os promotores conseguiram localizar milhares de depósitos em dinheiro em favor da Igreja Universal. Somente no período entre março de 2003 a março de 2008, esses depósitos somaram R$ 3,9 bilhões, de acordo com o MPE.

Levantamento feito pelo MPE e pela Polícia Civil, com base em dados bancários e fiscais obtidos judicialmente, mostra que a Igreja Universal movimenta cerca de R$ 1,4 bilhão por ano no Brasil, dinheiro arrecadado por meio do pagamento de dízimo por seus milhares de fiéis espalhados por 4.500 templos, instalados em 1.500 cidades do País.

Dízimo

Na denúncia, o MPE destaca que Edir Macedo e outros bispos destinavam grande parte de sua pregação para a coleta do dízimo, enfatizando a necessidade de a igreja angariar recursos para a compra de óleos santos de Israel, o financiamento de novos templos e o pagamento de pregações nas rádios e TVs. A Universal aceitava cheques, carros e outros bens como doação.

Ainda segundo a denúncia, Edir Macedo e os outros denunciados se aproveitaram da imunidade tributária estabelecida pela Constituição para templos religiosos e passaram a utilizar a Igreja Universal para benefício próprio, captando os valores dos dízimos, ofertas e contribuições dos fiéis, investindo em bens particulares, como imóveis, veículos ou joias. Para os promotores, ficou comprovado que o dinheiro das doações, em vez de ser utilizado para a manutenção dos cultos, era desviado para atender a interesses particulares dos denunciados.

Além de Edir Macedo, entre os dez integrantes da Igreja Universal indiciados ontem pela Justiça de São Paulo sob a acusação de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro está o bispo Honorilton Gonçalves, que vem a ser o manda-chuva da Rede Record.
Será que agora será feita justiça, ou a parceria Universal e Lulismo vai abafar de novo?
Ambos venderam a alma ao diabo¹³.

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