RIO DE JANEIRO - A campanha de 2010 é complexa e distante para caber num curto artigo. Mas algumas coordenadas já existem. Em pleno período de aquecimento global, será necessária uma política para mudanças climáticas. De um lado, transitar para uma sociedade de baixo carbono; de outro, preparar o Brasil para resistir melhor aos desastres naturais.
Essa política vai levar a uma nova atitude externa. Como uma espécie de potência ambiental, o país pode ser um dos líderes nas definições do planeta. Essa será, talvez, a primeira campanha em que a política externa terá peso. Não o mesmo peso que nos EUA.
Mas certamente muito mais do que nas últimas eleições.
Será também a campanha em que a internet terá um grande papel. Não só como instrumento de comunicação mas também de arrecadação. Estaremos entrando com dez anos de atraso no século 21. Mas o importante é entrar.
Certos temas, sempre tratados com distante frieza pelos chamados estadistas, terão de ser objeto de uma sincera busca de soluções. É o caso da segurança pública.
O mais dramático dos temas será o da ética na política. Qual candidato se dispõe a apresentar uma resposta razoável para superar o abismo entre a população e os políticos?
Quais são, efetivamente, os passos que dará como presidente? Reforma política? Antes disso é preciso tecer alianças confiáveis, mostrar que é passível de admitir erros, repará-los e corrigir rumos.
Ninguém se apresentará como santo. Dificilmente um eleitor sairá de casa por candidatos que tendem a perpetuar o clima de escândalos, descrédito e empulhação, como vemos hoje no Senado.
A surpresa virá do comportamento dos eleitores, bombardeados pelas notícias negativas.
Espera-se um basta.
Como e com que intensidade, só as urnas vão responder.
Fernando Gabeira
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