sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Muito se fala, pouco se ouve, muto menos ainda se escreve.

Porto Alegre, 14 de Agosto de 2009
-Novamente faço menção de que qualquer coincidência é obra fortuita.
Relembro aqui uma frase NELSON RODRIGUES:
“O ser humano é o único que se falsifica. Um tigre há de ser tigre eternamente. Um leão há de preservar, até morrer, o seu nobilíssimo rugido. E assim o sapo nasce sapo e como tal envelhece e fenece. Nunca vi um marreco que virasse outra coisa. Mas o ser humano pode, sim, desumanizar-se. Ele se falsifica e, ao mesmo tempo, falsifica o mundo”.


As pessoas melhoram, suas artes, mas jamais modificam-se.
Jamais o desumano humaniza-se.
Por toda a hora, em todo momento, sempre existem cobranças pelo mau uso das palavras e pelo mal que, talvez, elas causem aos indivíduos.
FAGUNDES VARELA já havia feito um poema sobre as palavras:
- Qual a mais forte das armas,
A mais firme, a mais certeira?
A lança, a espada, a clavina,
Ou a funda aventureira?
A pistola? O bacamarte?
A espingarda, ou a flecha?
O canhão que em praça forte
Faz em dez minutos brecha?
- Qual a mais firme das armas?
- O terçado, a fisga, o chuço,
O dardo, a maça, o virote?
A faca, o florete, o laço,
O punhal, ou o chifarote?
...A mais tremenda das armas,
pior que a durindana,
Atendei, meus bons amigos...
se apelida: - a língua humana!

Quero dizer, que é essa arma que também aconselha, afaga, desabafa, enobrece, e sensibiliza.
Essa arma, cura a opressão, diz verdades e mentiras, fala de amor, destila o ódio,.
Eis, também que essa arma seja, talvez a única que possuímos, para extravasar nossas angústias, sofrimentos, felicidades e alegrias.
As palavras não choram, soluçam, entrecortam-se, gritam, cochicham, e continuam sendo meras palavras.
As verdades ditas trespassam os ouvidos, porque são apenas verdades, para quem as ouve, para outros serão mentiras, porque não há o nexo da meditação, e tudo passará em branco.
Há àqueles que se enveredam nas palavras mentirosas, pois seus sentidos de vida, são plenos dispositivos de procura, de algumas benesses particulares.
Alguns escreverão quem é Fagundes Varela?
Outros quem é Nelson Rodrigues?
Eu creio, que não importa.
Vivemos num país que verdades, são contestadas jurídicamente, e conselhos, bom viver, ética e moral, passam desapercebidos, como mentiras velhas, esquecidas no tempo, apesar de irrefutáveis verdades.
Nosso povo não lê, não escuta, e não escreve.
Não são iletrados, não são analfabetos, são funcionais, subservientes, lenientes, bairristas, tribalistas, xenófobos, mas funcionais.
Abrem os jornais nas páginas de esportes e fecham-nos na de homicídios.
Já aprenderam a conviver como os comensais parasitas políticos, eles não lhes fazem mal, estão apenas infectos de ignorância.
Muito mais fácil é copiar, plagiar, estelionar, roubar, basta não ser pego.
Onde estão nossos cientistas, nossos filósofos e literatos.
Qual a marca de carro legitimamente brasileira?
Onde estão nossas tecnologias?
Muito mais fácil é comprar, vender-se.
Não existe corrupção na nossa política, no nosso cotidiano, afinal:
Ladrão que rouba de ladrão
Tem cem anos de perdão,
Nós, honestos de plantão,
É que moramos na prisão.
Bom dia,

Um comentário:

Stenio Guilherme Vernasque da Silva disse...

Fazer o que amigo!
Nós sabemos bem não cair emarmadilhas relativistas e vamos "Só de sacanagem" sermos ainda mais honestos, se isto fosse possível!