QUITO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta segunda-feira, 10, para que os Estados Unidos sejam convocados para debater sobre o pacto militar com a Colômbia. Os presidentes sul-americanos reunidos na cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul), evitaram condenar o acordo entre Colômbia e EUA no documento final do encontro, apesar de a Venezuela desejar uma sanção. Os países membros tratarão o tema da presença militar norte-americana em território colombiano durante uma reunião de chanceleres e ministros de Defesa sul-americanos que será realizada no final de agosto, segundo fontes diplomáticas.
O acordo para uso de bases militares colombianas irritou vários países latino-americanos, incluindo o Brasil, que pediu para que a questão seja debatida regionalmente. "Em algum momento, a Unasul pode convocar o governo dos Estados Unidos para conversar sobre os temas que nos interessam na região", afirmou Lula em Quito. "Isso se resolve com uma conversa, olhando na cara", acrescentou. O pedido de Lula foi respaldado imediatamente pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e pelo mandatário boliviano, Evo Morales.
Os líderes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) decidiram que seus chanceleres e ministros de Defesa vão discutir o tema em uma reunião marcada para este mês. "Não tocamos no tema nesta reunião... queremos ver se isto será discutido em 24 de agosto no Conselho de Ministro de Defesa da Unasul, mas é um assunto muito grave", disse o presidente do Equador, Rafael Correa.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, sugeriu que a Colômbia deixe a Unasul, afirmando que o presidente Álvaro Uribe mostra ser contrário à união sul-americana por "estar subordinado ao mandato do império". "Alguns não querem caminhar. O governo da Colômbia, por exemplo, não quer a unidade, está atuando contra a união", afirmou. Chávez ainda advertiu para os "ventos de guerra que sopram" na região pelo acordo militar entre Bogotá e a Casa Branca.
Venezuela e Bolívia defendiam que a Unasul emitisse uma condenação à Colômbia por ter fechado uma aliança militar segundo a qual cederá bases militares em seu território aos Estados Unidos para o combate ao tráfico de drogas. No entanto, a proposta não encontrou eco em nações mais moderadas, como Chile e Brasil. O pacto militar entre Bogotá e Washington é considerado por alguns governos de esquerda da região liderados pela Venezuela quase como uma agressão armada. O Brasil, maior economia da América Latina, vê o acordo com maus olhos, mas não chegou a emitir qualquer condenação direta como alguns vizinhos.
O conflito causado pelo acordo é o mais recente capítulo de uma crise política regional que afeta a América Latina nos últimos anos, protagonizada por uma divisão entre os aliados dos Estados Unidos e seus opositores na região. Para evitar enfrentamentos, o presidente colombiano, Alvaro Uribe, decidiu não participar da cúpula da Unasul, assim como o líder peruano, Alan García, um aliado próximo de Washington. Na semana passada, Uribe viajou pela região para explicar o pacto militar e conseguiu que Chile, Peru e Paraguai defendessem seu direito soberano a fazer acordos.
O Brasil também defendeu a soberania, mas pediu a Bogotá mais transparência e pediu que o acordo seja discutido pela região. Equador, Bolívia e Venezuela criticaram a aliança e uniram forças para conseguir uma sanção diplomática para a Colômbia. A Unasul é integrada por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Presidência rotativa
O presidente do Equador, Rafael Correa, assumiu nesta segunda a presidência temporária da Unasul, afirmando que continuará "o trabalho realizado por Michelle Bachelet", mandatária chilena, que lhe entregou a presidência pro tempore do bloco. Além de assumir a presidência do grupo sul-americano, Correa iniciou também seu segundo mandato presidencial, após ter sido reeleito em abril passado
Em seu discurso, Correa disse que sua gestão terá uma visão mais "pragmática" e buscará, entre outras coisas, impulsionar a criação do Banco do Sul, eliminar qualquer ato de discriminação, exercer uma integração mais "ágil e concreta", produzir energia limpa e levar a região para uma posição mais destacada no cenário internacional. O mandatário pontuou que a crise econômica mundial afetou a economia dos países sul-americanos e, por isto, "devemos negociar imediatamente um acordo monetário regional", porque "não tem nenhum sentido" realizar trocas em moeda internacional.
Ao assumir a presidência da Unasul, o mandatário equatoriano também comentou que o bloco deve "impedir" que países sejam governados fora do conceito democracia. "A Unasul prima a unidade soberana dos Estados", destacou o mandatário, ressaltando, no entanto, que o organismo "vai reiterar nossa condenação mais enérgica contra a usurpação de Honduras, pedindo a restituição imediata e incondicional do presidente Manuel Zelaya a seu cargo legítimo". O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, compareceu à cerimônia da posse de Correa à frente da Unasul. Bachellet, que discursou antes de Correa, também pediu a volta de Zelaya a Honduras, que deixou o país no último dia 28 de junho após ser vítima de um golpe de Estado.
Bachelet realizou uma apuração das conquistas no primeiro ano de funcionamento da Unasul, a cargo do Chile, como a integração do conselho de saúde sul-americano, que se reuniu no fim de semana passado, em Quito, para tratar, entre outros temas, os mecanismos para enfrentar a pandemia da nova gripe. Lembrou que também foi criado o conselho de defesa sul-americano, que pretende gerar uma zona de paz, e o conselho de estrutura e planejamento, o de desenvolvimento social e o de luta contra o narcotráfico.
O Faraó¹³ vai "convocar" os EUA...
Vamos esperar o banana do Obama. Outra coisa: Uribe fez questão de visitar o Brasil para explicar, o que diplomaticamente teria que ser suficiente entre países democráticos parceiros da América .
Mas como Não é dos intereses do Foro de São Paulo, mais especificadamente as FARC, ou o que restou delas.
O combate é a Narcotraficantes travestidos de terroristas. Devem ser tratados como qualquer outro traficante internacional de drogas.
Ou o PT continua achando as FARC um partido político, tal qual o Hammas?
Um comentário:
Não sei a razão, mas me lembrei do dia em que o poodle de meus netos, preso numa coleira, latiu à bessa para um baita cão fila que passava no outro lado da rua.
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